ASSISTÊNCIA

Bahia diz que vai aceitar ajuda humanitária da Argentina mesmo após recusa do governo federal

O estado tem cerca de 132 cidades em situações de emergência devido às fortes chuvas que alagam a região

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Estadão Conteúdo

Publicado em 30/12/2021 às 16:08 | Atualizado em 30/12/2021 às 18:20
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Na tarde desta quinta-feira (30), o governador da Bahia Rui Costa (PT) disse que o estado irá aceitar a ajuda humanitária oferecida pela Argentina - assistência recusada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) -. O estado tem cerca de 132 cidades em situações de emergência devido às fortes chuvas que alagam a região. Até o momento, há registro de 24 mortes e 434 feridos em decorrência da catástrofe.

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Em declaração feita através de uma rede social, o petista afirmou que o estado aceitará ajuda de outros países, de forma direta, “sem precisar passar pela diplomacia brasileira”.

“Os baianos e brasileiros que moram aqui no estado precisam de todo tipo de ajuda. Estamos trabalhando muito, incansavelmente, para reconstruir as cidades e as casas destruídas, mas a soma de esforços acelera este processo, portanto é muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento”, escreveu Rui Costa no Twitter.

Além da tragédia ambiental, o alagamento tem desabrigado milhares de famílias. De acordo com dados do Estadão, cerca de 91 mil baianos já tiveram de deixar suas casas, enquanto o total de atingidos já chega a 629,4 mil pessoas.

Ainda nesta quinta-feira, Rui Costa afirmou que mesmo que não receba recursos federais, o Governo do Estado atuará na reconstrução das cidades. “Vamos estabelecer prioridades e, ao longo de 2022, em parceria com os Municípios, nós vamos garantir uma moradia digna às pessoas”, enfatizou.

Bolsonaro diz recusar ajuda da Argentina para a Bahia

O presidente Jair Bolsonaro confirmou, em suas redes sociais, que o governo brasileiro recusou a ajuda humanitária oferecida pela Argentina às vítimas das chuvas na Bahia. Segundo o presidente, a oferta de dez homens - os "capacetes brancos, que atuam em operações de socorro - foi feita ao Itamaraty pela Chancelaria Argentina. No entanto, segundo ele, o "fraterno oferecimento" era "muito caro para o Brasil" e aconteceu quando as Forças Armadas e a Defesa Civil já prestavam a assistência local. "A avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento", escreveu o presidente em rede social.

Bolsonaro afirmou que o País está aberto a ajuda e doações internacionais na série de postagens publicada pela manhã. De acordo com o presidente, o trabalho de assistência à população já estava sendo realizado, "inclusive com o apoio de três helicópteros da Marinha". Contudo, Bolsonaro não descartou a possibilidade de aceitar a ajuda no futuro, quando a Argentina "poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições".

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