SÃO PAULO

Hepatite fulminante: mulher morre após tomar chá emagrecedor

Enfermeira de 42 anos ingeriu composto com 50 ervas que prometia perda de peso

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JC, Agência Brasil

Publicado em 04/02/2022 às 20:20 | Atualizado em 05/02/2022 às 5:09
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O morte de uma enfermeira de 42 anos de idade, nesta quinta-feira (3), sem problemas de saúde prévios e que chegou ao Hospital de Clínicas de São Paulo com hepatite fulminante, necessitando de transplante imediato de fígado, chamou a atenção da equipe médica. Após uma investigação clínica, o diagnóstico: hepatite tóxica por ingestão de um medicamento supostamente natural. Um composto com 50 ervas que promete perda de peso causou uma lesão irreversível.

A paciente morreu após complicações de um transplante de fígado. Diante do caso tão grave, a cirurgiã Liliana Ducatti, que acompanhou a mulher, decidiu fazer um alerta nas suas redes sociais sobre o assunto. A profissional explica que nenhuma medicação deve ser tomada sem acompanhamento médico e garante que não existe remédio milagroso para perda de peso.

“Nós estamos falando de uma medicação que não é aprovada pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], não é regulamentada e que promete um emagrecimento através de ervas ditas como naturais, e isso sabidamente pode ser maléfico para o fígado. Isso é um perigo para a saúde em geral da pessoa, e especificamente para a saúde do fígado”, disse Luciana Ducatti.

“Procure um profissional gabaritado. Existem milhares de profissionais gabaritados que estudam, que usam como base a ciência e que podem ajudar. Desde médicos endocrinologistas, nutrólogos, nutricionistas, tem muita gente para ajudar”, acrescentou.

Produto '50 Ervas Emagrecedor' é proibido no Brasil

A Anvisa divulgou nota destacando que produtos com a marca '50 Ervas Emagrecedor' estão proibidos no país desde 2020, por não estarem regularizados como medicamentos. O comércio de produtos com propriedades terapêuticas não autorizados pela Anvisa é atividade clandestina.

O chá '50 Ervas Emagrecedor' não pode ser classificado como alimento, ou mesmo como suplemento alimentar, pois contém ingredientes que não são autorizados para o uso em alimentos. Entre estes componentes estão o chapéu de couro, cavalinha, douradinha, salsa parrilha, carobinha, sene, dente de leão, pau ferro, centelha asiática. Essas espécies vegetais tem autorização para uso somente em medicamentos, como fitoterápicos, e não em suplementos alimentares.

Qualquer produto com propriedades terapêuticas, por exemplo a promessa de emagrecimento, só pode ser comercializado no Brasil com autorização da Anvisa e o comercio só pode acontecer em farmácias ou drogarias, já que substâncias com propriedades terapêuticas são consideradas medicamentos.

“Desconfie de produtos com promessas milagrosas, que prometem emagrecimento fácil ou qualquer outro tipo de ação de tratamento, cura ou prevenção de doenças. Todo produto com ação terapêutica precisa estar regularizado na Anvisa como medicamento”, diz a agência.

Consulte se o produto está registrado como medicamento aqui.

Consulte se um produto está proibido pela Anvisa aqui.

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