Fortes chuvas em Petrópolis deixam cinco mortos e quatro desaparecidos
Em fevereiro ocorreu a pior tragédia da história da cidade, quando 233 pessoas morreram devido as enchentes
Cinco pessoas morreram em enchentes derivadas das fortes chuvas deste domingo em Petrópolis, informaram autoridades do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (21) sobre a cidade serrana, que registrou em fevereiro a pior tragédia de sua história, que deixou 233 mortos.
"Até agora, cinco vítimas foram encontradas mortas", detalharam em comunicado o governo do estado, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Além disso, na noite de hoje, o número de desaparecidos subiu de três para quatro, segundo uma nota atualizada.
Em Angra dos Reis, duas pessoas morreram após uma árvore cair com a força das chuvas em seu carro. Até a noite de ontem, a Defesa Civil havia registrado 365 ocorrências em Petrópolis, mais da metade por deslizamentos.
Vídeos gravados por moradores locais e postados nas redes sociais mostraram ruas transformadas em rios com a água destruindo tudo em seu caminho, imagens semelhantes às registradas há pouco mais de um mês.
As cruzes plantadas em uma praça em homenagem às vítimas de fevereiro também foram levadas pela água.
Em 24 horas, caíram 534,4 milímetros de chuva em Petrópolis, segundo a Defesa Civil, que mantém o alerta de alto risco de deslizamentos, diante de uma previsão de chuvas moderadas na região. O volume de precipitações foi o maior na história da cidade serrana registrado em um dia. Autoridades alertaram que as chuvas podem se estender até amanhã.
A prefeitura da antiga cidade imperial abriu 13 centros de apoio neste domingo diante das previsões de chuva, onde já foram atendidas 839 pessoas, de acordo com o último relatório.
O governo estadual montou um gabinete de crise e reforçou as equipes de bombeiros, máquinas e equipamentos para os trabalhos de auxílio no local, explicou no Twitter o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
Nossas equipes do @GovRJ sempre incansáveis e determinadas, não param e seguem se dedicando por Petrópolis. pic.twitter.com/am7mR7aY0U
— Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) March 21, 2022
GOVERNADOR
Em reunião com o prefeito Rubens Bomtempo, o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, comprometeu-se em realizar intervenções emergenciais no Túnel Extravasor, no Quissamã, onde foram registradas ocorrências durante a chuva de domingo (20). O encontro ocorreu nesta segunda-feira na sede da prefeitura.
“Os problemas estruturais no Túnel Extravasor é algo que nos preocupa muito. É preciso recuperar esse túnel que é tão importante para minimizar as enchentes no centro da cidade no trecho do início da Rua do Imperador e garantir a segurança de quem mora no entorno”, disse Bomtempo.
Segundo o governador, essa obra emergencial terá um custo de cerca de R$ 40 milhões. “Temos o compromisso com a sociedade petropolitana e vamos trabalhar juntos para recuperar a cidade”, disse Claudio Castro.
Locais atingidos
A chuva forte que atingiu Petrópolis no domingo (20) provocou 250 ocorrências de deslizamentos, atingindo casas e ruas, em 19 localidades da cidade. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (21) pela prefeitura. Cinco pessoas morreram e mais três estão desaparecidas.
O índice pluviométrico chegou a 534,4 milímetros em 24 horas, o que provocou desabamentos de casas, deslizamentos de barreiras e inundações de ruas, transformadas em verdadeiros rios, arrastando carros, lixo e tudo mais pela frente.
Pela manhã, um grupo com dezenas de bombeiros saiu da capital para dar apoio às buscas de vítimas na cidade serrana. Segundo a prefeitura, as regiões mais afetadas com os deslizamentos foram Alto da Serra, Bingen, Castelânea, Centro, Chácara Flora, Duarte da Silveira, Estrada da Saudade, Independência, Morin, Mosela, Quissamã, Quitandinha, Saldanha Marinho, São Sebastião, Siméria, Valparaíso e Vila Militar.
Em Fevereiro
Petrópolis foi atingida em 15 de fevereiro pela pior tempestade desde 1932, que provocou deslizamentos de terra em bairros construídos nas encostas de morros e enchentes. Cerca de 233 mortos foram registrados.
Segundo cientistas, as mudanças climáticas estão agravando a frequência e a intensidade das chuvas.