Dia do Jornalista: o combate às fake news se torna essencial para a defesa da democracia

Nesta quinta-feira, dia 7 de abril, é comemorado o Dia do Jornalista. Em meio a uma onda de notícias falsas que tomam as redes sociais nos últimos anos, o trabalho do jornalismo profissional nunca se fez tão necessário.

É uma luta diária para levar a informação, com credibilidade, ao público, com apuração dos fatos, checagem severa de conteúdos veiculados na internet e comprometimento com a verdade.

O diretor de Redação deste JC, Laurindo Ferreira, destaca que a forma de se fazer jornalismo mudou muito ao longo dos anos.

"Mas a importância do jornalista e do jornalismo profissional ganha cada dia mais relevância. Em meio aos caos das notícias falsas, a apuração dos fatos, com todas as suas nuances, é cada vez mais essencial à democracia. E isso é função do jornalista, do jornalismo, do bom jornalismo", afirmou Laurindo.

O combate às chamadas ''fake news'' se agravou nas eleições gerais de 2018 e na pandemia de covid-19, na qual conteúdos falsos miraram a gravidade da doença e o isolamento social, além de tentar impor uma narrativa falsa de que as vacinas seriam ineficazes. 

Nos últimos dias, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) iniciou uma campanha nas redes sociais destacando a importância do trabalho dos jornalistas, que, segundo a entidade, estão sempre presentes diante dos fatos, escrevendo a história.

"Sempre ligado. O jornalista está presente diante dos fatos. Trazendo a informação de verdade. Combatendo a desinformação. Escrevendo a história. Contribuindo com a sociedade. No dia a dia. Na guerra. Na pandemia. Em todo lugar", afirma a Fenaj em publicação.

O Sindicato de Jornalistas Profissionais de Pernambuco (Sinjope), por sua vez, afirmou que "valorizar o jornalista é valorizar a democracia".

Liberdade de imprensa

Infelizmente, vêm se tornando recorrentes os ataques a jornalistas e à liberdade de imprensa no Brasil. No Congresso, por exemplo, parlamentares apontaram riscos da atividade, como o aumento dos casos de violência contra os profissionais da imprensa e sua atuação durante a pandemia.

O Brasil teve no ano passado 145 casos de violência não letal contra profissionais da imprensa e veículos de comunicação, informou o relatório anual "Violações à Liberdade de Expressão", elaborado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) e divulgado em 22 de março. Esse número corresponde a uma média de 2,7 casos por semana ao longo de 2021.

O documento também mostrou que o número de profissionais da imprensa e veículos de comunicação alvos dos registros de violência não letal cresceu 21,69% em relação a 2020 — foram 230 em 2021 e 189 no ano anterior. Em relação ao número total de casos registrados, houve uma queda — foram 145 em 2021 e 150 no ano anterior.

Ainda, segundo os dados divulgados pela Abert, o número de atentados contra jornalistas dobrou em 2021 em relação ao ano anterior, passando de quatro para oito. Ainda, segundo a associação, em 50% dos casos foram utilizadas armas de fogo contra os profissionais da imprensa.

O Dia do Jornalista é lembrado devido ao assassinato de Giovanni Battista Líbero Badaró, médico e jornalista. Um dos principais críticos do autoritarismo da monarquia, ele foi morto por inimigos políticos em São Paulo, em 7 de abril de 1830.