TRAGÉDIA

Acidente com avião da TAM em Congonhas que deixou 199 mortos completa 15 anos; relembre o caso e veja o que mudou no aeroporto

Acidente da TAM é considerado o maior desastre aéreo da história da aviação brasileira

Lívia Maria
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Lívia Maria
Publicado em 17/07/2022 às 12:11 | Atualizado em 17/07/2022 às 13:00
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Acidente da TAM, que matou 199 pessoas, completa 15 anos neste domingo (17) - FOTO: Foto:Reprodução/UOL
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O acidente com o avião da TAM, que deixou 199 mortos (187 da aeronave e 12 em solo), completa 15 anos neste domingo (17). O acidente é considerado o maior desastre aéreo da história da aviação brasileira.

Em 17 de julho de 2007, um Airbus A320-233 da TAM, que vinha de Porto Alegre, tentava pousar no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Às 18h48 - cerca de 1h30 após ter decolado da capital gaúcha - a aeronave não conseguiu efetuar o pouso, derrapou e acabou colidindo com o prédio da TAM Express, que ficava há alguns metros da cabeceira da pista.



A LATAM Airlines, que incorporou a TAM, informou, em nota, que “se solidariza com todos aqueles que foram afetados” e que “os familiares de todas as vítimas foram indenizados e que uma família segue com ação em andamento”.

Apesar das garantias, muitas famílias seguem frustrados com o resultado do processo judicial contra a companhia aérea e a Airbus, fabricante da aeronave.

Quais foram as causas do acidente aéreo da TAM?

O avião desgovernado que colidiu contra o terminal de cargas da TAM causou a morte de 199 pessoas e teve grande repercussão nacional e internacional. Na época, o Brasil enfrentava o chamado ‘caos aéreo - uma série de problemas que o setor da aviação civil enfrentou desde 2006, quando um Boeing 737 da Gol se chocou com um jato Legacy e caiu na floresta amazônica, deixando 154 mortos.

As investigações da Polícia Federal sobre o acidente da TAM em Congonhas concluiu que a causa foi um erro dos pilotos, que teriam deixado um dos manetes na posição de aceleração.

Uma parte final da gravação da ‘caixa preta’, antes do acidente acontecer, registrou o diálogo em que os pilotos falam que apenas um dos controles estava funcionando corretamente.

O Ministério Público Federal (MPF-SP) levou o caso à Justiça e três pessoas foram denunciadas: dois diretores da TAM e uma diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), pelo crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo.

A principal tese de acusação foi de negligência, mas os três executivos foram julgados em duas instâncias e inocentados. Rodrigo de Grandis, procurador da República que atuou no caso, cita o resultado frustrante.

"Foi muito triste, muito triste, e eu tentei dentro do possível desempenhar com a máxima isenção e profissionalismo a minha função. Eu tenho a sensação de dever cumprido, embora a decisão não tenha sido favorável", afirma.

Tragédia marcou aviação brasileira e forçou implementação de melhorias

Tanto o acidente da TAM em 2007 quanto o da Gol, em 2006, aceleraram as mudanças na tecnologia, infraestrutura portuária e treinamento de tripulação na aviação brasileira. Apesar dos acidentes marcantes, a aviação brasileira era - e ainda é - considerada uma das mais seguras do mundo.

De acordo com a ANAC, diversas mudanças e melhorias foram realizadas e implementadas nos anos seguintes. Entre elas, o órgão cita a reformulação nas condições de aderência das pistas de pouso e decolagem dos aeroportos: um programa que realiza a medição de atrito e macrotextura do asfalto e sistemas de desaceleração de aeronaves.

A ANAC também estabeleceu novos critérios mínimos de treinamento em falhas de sistema de frenagem para os pilotos. Além disso, o Aeroporto de Congonhas passou a ter uma limitação de operações, com apenas pilotos com mais de 100 horas de voo sendo autorizados a operar, e melhorias nas regras de operação, manutenção e segurança das aeronaves.

Passados 15 anos da tragédia em Congonhas, outros acidentes aéreos vieram a acontecer no Brasil, mas nenhum com a mesma proporção de vítimas fatais, muito disso graças às mudanças que foram adotadas na aviação brasileira.

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