CLIMA

CICLONE EXTRATROPICAL: saiba o que é o fenômeno que atinge Santa Catarina e outros lugares

O fenômeno é comum no Brasil e tende a se deslocar pela costa brasileira

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 10/08/2022 às 18:51 | Atualizado em 10/08/2022 às 21:57
CBMSC/Divulgação
Ventos fortes, chuvas e quedas de temperatura são provocados pelo ciclone - FOTO: CBMSC/Divulgação
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 Com Estadão Conteúdo
 
O ciclone extratropical é resultado de uma confluência de ventos em direção a um centro de baixa pressão atmosférica, que está associado às chuvas e à instabilidade - a pressão atmosférica é um dos fatores que determinam as condições do tempo.
 
O fenômeno é comum no Brasil e tende a se deslocar pela costa gerando chuvas, ventos, altas ondas e ressaca.
 
 
A sua formação, diferente dos ciclones tropicais (que são os furacões), acontece mais afastada dos trópicos - por isso o nome "extratropical".
 
Na retaguarda do ciclone há um centro de alta pressão atmosférica que, por sua vez, está relacionado ao tempo estável.
 
 
Ana Ávila, pesquisadora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade de Campinas (Unicamp) explica que quando há um desequilíbrio entre pontos de menor e maior pressão atmosférica ocorrem as rajadas de vento.
"Se há um ponto com menor pressão atmosférica e outro com maior pressão atmosférica, o vento tende a equalizar essa diferença. Então, esse ciclone extratropical vai gerar ventos fortes, de até 100 km/h, por conta desta situação", diz a pesquisadora.
 
A circulação dos ventos prévios da formação do ciclone já provocou, nesta terça, queda na temperatura e chuvas nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, após um longo período de seca na região.
 
Quem mora na capital paulista também já pôde perceber os efeitos da instabilidade com a queda nas temperaturas com nuvens mais carregadas no céu.
 

Previsão de temperaturas baixas após passagem de ciclone

 
À medida que o ciclone se afasta, as chuvas e os ventos perdem intensidade e dão lugar ao frio, que deve ser sentido a partir de quinta-feira (11).
 
"O declínio acentuado das temperaturas vem por conta de uma massa de ar de origem polar que vai acompanhar o ciclone e que vai invadir toda a região centro-sul do País", explica Ana.
 
No Sul, a previsão do Inmet indica pequena chance de ocorrência de neve na serra de Santa Catarina e formação de geadas entre quinta e sexta-feira (12), na serra gaúcha e nos planaltos catarinense e do Paraná.
 
No sul de Mato Grosso e no nordeste de São Paulo, segundo o instituto, também há possibilidade remota de geada.
 

Ciclone extratropical causa deslizamentos em Santa Catarina

A passagem do ciclone extratropical provocou estragos em Santa Catarina.
Até o fim da manhã, o Corpo de Bombeiros já havia registrado o atendimento de 93 ocorrências no Estado.
Além de ruas alagadas e enxurradas, os ventos, que podem chegar a 100km/h, derrubaram placas, telhas e outras estruturas.

De acordo com informações da Defesa Civil de Santa Catarina, 17 pessoas ficaram desabrigadas e alagamentos e deslizamentos foram registrados em 29 municípios.
Moradores compartilharam registros dos estragos nas redes sociais.


Segundo a prefeitura de Florianópolis, um plano de contingência foi adotado em conjunto com a Defesa Civil para atender as ocorrências.
Em algumas cidades, como Joinville e Balneário Camboriú, as aulas do período da tarde foram suspensas para as escolas da rede municipal.


A Defesa Civil catarinense recomenda que a população evite sair de casa sem necessidade.
Os registros do órgão apontam que o centro e o leste do Estado foram as regiões mais atingidas pelas fortes chuvas e ventos, que provocaram alagamentos, inundações, deslizamentos, enxurradas, quedas de postes, placas e árvores e queda de energia.

Entre as outras recomendações da Defesa Civil, estão evitar dirigir em locais alagados, ficar atento a movimentos de terra e inclinação de postes e árvores e, em caso de vendaval, buscar um local abrigado longe de janelas e objetos que possam ser arremessados.

Ainda em Balneário Camboriú, a estrutura do Dejour Club, autointitulado o primeiro clube flutuante do mundo, foi vista à deriva nas águas.
O clube, que estava ancorado na região da Barra Sul, se soltou com a força dos ventos que atingem a cidade litorânea.
A inauguração estava prevista para ocorrer em breve. Imagens gravadas de um barco mostram parte da estrutura afundando.

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