Os 65 animais silvestres que vivem no Parque 13 de Maio não terão mais que deixar o espaço, como havia sido decidido em abril deste ano. O promotor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ricardo Coelho, voltou atrás da decisão após o Ibama ter vistoriado o minizoológico e concluído que os bichos estão “bem cuidados e adaptados”. Mesmo assim, as jaulas terão que ser ampliadas e passar por melhorias para garantir a permanência dos animais. As reformas devem ser realizadas pela Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), responsável pela administração do parque.
Leia Também
Além do Ibama, o promotor ouviu a veterinária dos animais e membros da Emlurb, da Secretaria municipal de Meio Ambiente e da sociedade civil para avaliar novamente o tema. “Todos foram favoráveis à permanência, por que o MPPE seria contra? Só me curvei à vontade desses órgãos, que fizeram vistorias minuciosas no local”, falou. O Ministério Público também realizou uma inspeção e o próprio Coelho visitou o parque no domingo passado. “Só tive boas impressões”, garantiu.
A discussão sobre a manutenção do minizoo veio à tona em fevereiro, com a criação de uma petição online que pedia a desativação do espaço. A iniciativa foi tomada pelo dramaturgo e cinegrafista Felipe Peres Calheiros, que é contra o confinamento de animais. Outros ativistas lembraram que em 2012 foi criado uma lei estadual que proíbe a permanência de bichos silvestres em parques e praças públicas.
O assunto ganhou repercussão e foi tema de audiência pública em abril. Na ocasião, o próprio promotor Ricardo Coelho pediu a retirada dos animais dentro de seis meses, alegando que o parque não tinha licença para manter o minizoo. Agora que desistiu da decisão, impôs como condição para a manutenção do espaço o cadastro de todos os animais no Ibama. O serviço deve ser realizado pela Emlurb, que também precisa apresentar um plano de reformas do espaço nos próximos 15 dias.