A ONU expressou, nesta terça-feira (29), "profunda preocupação" com as manchas de óleo de origem desconhecida que contaminaram centenas de praias do Nordeste, e ofereceu sua ajuda para "mitigar" o impacto ambiental e sanitário da catástrofe.
"O Sistema das Nações Unidas no Brasil expressa profunda preocupação com o óleo que avança pelo litoral de nove estados nordestinos desde agosto e lamenta os danos inestimáveis causados tanto aos ecossistemas marinho e terrestre como à vida das populações locais", indicou um comunicado do escritório das Nações Unidas no Brasil.
Leia Também
A substância se estendeu ao longo de "quase um quarto" dos 7.000 km de litoral do Brasil, "com consequências graves para o meio ambiente e para a segurança das pessoas", destaca.
No documento se alerta aos milhares de voluntários que participam em tarefas de limpeza das praias da "importância do uso de equipamentos de segurança".
O sistema de agências da ONU "se coloca à disposição para colaborar com as autoridades e a sociedade civil em busca de sua origem" do derramamento e na busca de "soluções e alternativas para mitigar os seus danos", conclui.
Manchas de óleo no Nordeste
As manchas de petróleo foram detectadas no fim de agosto e já afetaram mais de 200 localidades. Os voluntários e os soldados mobilizados retiraram mais de mil toneladas de material.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, admitiu que por enquanto é impossível dizer se o derramamento estava no início ou se aproximava do fim. "A duração do tempo, nós não sabemos ainda... Nosso objetivo é a contenção de danos, o monitoramento pelo ar e pelo mar", declarou.
Azevedo e Silva negou que o governo tenha demorado a acionar o Plano Nacional de Contingência contra a catástrofe, como afirmam especialistas e moradores. "Eu achei que o governo agiu rápido, nós estamos é aprimorando os processos", disse.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, indicou que entidades internacionais e grupos petroleiros participam da investigação que busca determinar a origem do derramamento.
"Esse esforço está sendo feito de forma integrada e com a comunidade internacional. Todos estão envolvidos, a Organização Marítima Internacional, que tem sede em Londres, vários órgãos internacionais, não só de prevenção do meio ambiente, mas também que estão ligados ao setor de petróleo e gás, estão buscando e enviando informações para que se chegue a uma conclusão", declarou Albuquerque a jornalistas no Rio de Janeiro.