Pernambuco já recolheu, entre 17 de outubro e esta terça-feira (29), 1.518,53 toneladas de óleo em 44 praias e oito rios atingidos. Em comparação com os números divulgados nessa segunda-feira (28), houve um aumento de pouco mais de 18 toneladas. O total do material recolhido foi entregue no Ecoparque Pernambuco, antigo Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) Pernambuco, em Igarassu, Região Metropolitana do Recife (RMR).
Nesta terça-feira (29), foi constatada a presença de resíduos na Ilha de Itapessoca, em Goiana, Grande Recife, elevando de 43 para 44 o número de praias atingidas, além dos oito estuários já listados nessa segunda-feira (28).
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Até esta terça-feira (29), tinham sido afetados os municípios de Barreiros, Cabo de Santo Agostinho, Itamaracá, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Sirinhaém, Tamandaré, Goiana, Recife e Olinda.
Nessa segunda-feira (28), o material foi encontrado nas seguintes praias:
• Merepe, Ipojuca (vestígios)
• Cupe, Ipojuca (vestígios)
• Muro Alto, Ipojuca (vestígios)
• Nossa Senhora do Ó, Paulista (vestígios)
• Pau Amarelo, Paulista (vestígios)
• Conceição, Paulista (vestígios)
• Maria Farinha, Paulista (vestígios)
• Sossego, Ilha de Itamaracá (vestígios)
• Enseada dos Golfinhos, Ilha de Itamaracá (vestígios)
• Pontal da Ilha, Ilha de Itamaracá (vestígios)
• Enseada do Corais, Cabo de Santo Agostinho (vestígios)
• Gaibu, Cabo de Santo Agostinho (vestígios)
• Itapuama, Cabo de Santo Agostinho (vestígios)
• Praia do Paiva, Cabo de Santo Agostinho (vestígios)
Já foram instalados 3.045 metros de barreiras de contenção em diversas praias e rios atingidos. Há barreiras de contenção nos seguintes rios:
• Rio Persinunga (São José da Coroa Grande)
• Rio Una (São José da Coroa Grande)
• Rio Mamucabas (Barreiros)
• Rio Maracaípe (Ipojuca)
• Rio Massangana (Cabo de Santo Agostinho)
• Rio Sirinhaém (Sirinhaém)
• Porto do Recife (Recife)
• Canal de Santa Cruz (Ilha de Itamaracá) - Setor Sul
• Rio Jaguaribe (Ilha de Itamaracá)
• Rio Paratibe (Paulista)
A administração estadual mobilizou 400 pessoas de diversos órgãos e mais 50 reeducandos. Foram disponibilizados dois helicópteros (um da Secretaria de Defesa Social (SDS) e um do Ibama), 30 viaturas do governo de Pernambuco, 20 viaturas das Forças Armadas, 10 embarcações do governo de Pernambuco e três barcos da Marinha.
Até esta terça-feira (29), foram entregues, pelo governo estadual, 31.523 máscaras, 23.085 pares de luvas, 6.192 pares de botas, 13.593 sacos de ráfia, 2.648 tambores e bombonas, 18.391 sacos plásticos, 8.009 big bags além de alimentos, estopa, pás, baldes, ciscadores e protetor solar.
Óleo no litoral nordestino
A Marinha informou que, nessa segunda-feira (28) oito praias da região Nordeste voltaram a receber óleo cru. Equipes mobilizadas pela Marinha, em parceria com Ibama e a Agência Nacional de Petróleo (ANP) foram mobilizadas para limpar os locais. As informações são da agência Estadão Conteúdo.
As oito praias estão localizadas em cinco Estados da região. São elas: Via Costeira e Búzios (RN), Conceição e Itapuama (PE), Japaratinga e Piaçabuçu (AL), Abaís (SE), Morro de São Paulo e Moreré (BA). Nesta terça-feira, a Marinha identificou 19 pontos de presença de óleo.
Monitoramento
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, admitiu que, no momento, é impossível prever se o derramamento está no começo, meio ou fim. "A duração do tempo, nós não sabemos ainda. Estamos aperfeiçoando os processos. Estamos atuando desde o dia 2 de setembro", declarou. "Nosso objetivo é a contenção de danos, o monitoramento pelo ar e pelo mar. Todas estão sendo limpas imediatamente quando constatadas todas as manchas de óleo."
O Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), formado pela Marinha do Brasil (MB), Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Ibama, informou que, apesar do avanço das manchas pela região sul da Bahia, até o momento, não foram localizados indícios de óleo na área da reserva ambiental de Abrolhos (BA).
Um navio está na região e, segundo o governo, realiza constante monitoramento, por causa da importância ambiental e científica da região.
Segundo Fernando Azevedo e Silva, a Defesa dispõe de 2.700 pessoas da Marinha e 5 mil do Exército, que podem ser empregados Ontem, 1.446 militares estavam em campo na região Nordeste.
O ministro negou que o governo tenha demorado a acionar o Plano Nacional de Contingência contra o derramamento de petróleo no mar. "Eu achei que o governo agiu rápido, nós estamos é aprimorando os processos", disse.
A Marinha voltou a informar que, hoje, investiga 30 navios de 11 países como possível origem da tragédia ambiental que castiga a região Nordeste. O trabalho começou com 1.500 navios. Esse número caiu para 140 navios e, atualmente, estão em 30 embarcações.
Análise na França e na Noruega
Laboratórios da França e da Noruega vão receber amostras do petróleo que vazou no Nordeste para que sejam identificadas suas características e origens. O trabalho está sendo coordenado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), representante de grandes petroleiras.
A ideia é corroborar o trabalho feito por pesquisadores brasileiros, que identificaram o óleo como sendo venezuelano. "Nada melhor para fazer uma defesa internacional do que ter laboratórios internacionais fazendo a mesma análise", disse o presidente do IBP, José Firmo, na OTC 2019. O governo brasileiro recorreu à Organização dos Estados Americanos (OEA) para cobrar manifestação da Venezuela.