Os números são expressivos. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) celebra nesta quinta-feira (11) 70 anos com uma comunidade acadêmica formada por 50 mil pessoas entre alunos, professores e servidores. Mais importante instituição de ensino superior pública do Norte e Nordeste, 11ª do Brasil e 21ª da América Latina, segundo avaliação do Times Higher Education, a universidade tem como principais desafios melhorar a infraestrutura, estreitar relações com empresas públicas e privadas, fortalecer a diversidade e garantir a permanência dos estudantes, sobretudo os cotistas, que representam atualmente 50% dos ingressantes nas graduações. A programação de aniversário vai até segunda-feira.
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“Somos uma instituição que responde a cada momento histórico. Tivemos a capacidade, até hoje, de combinar tradição com inovação. De responder, através de pesquisas e de formação qualificada na graduação e na pós-graduação, às necessidades da sociedade. O desafio é continuarmos à frente do nosso tempo, termos a capacidade permanente de nos renovar e de ousar”, destaca o reitor, Anísio Brasileiro, que comanda a UFPE desde 2011. Ano passado ele foi reeleito para um novo mandato até 2019.
Na infraestrutura, o reitor enumera como prioridade terminar, ainda este ano, cinco prédios, todos no câmpus Recife: os quatro que vão abrigar os cursos de medicina, engenharia de produção, engenharia de alimentos e engenharia mecânica; e um cinema que funcionará no Centro de Convenções. Segundo ele, 90% das obras estão concluídas. Anísio Brasileiro pretende iniciar, até dezembro, a construção do Núcleo de Inovação Terapêutica e de um auditório no Centro de Ciências Exatas e da Natureza, ambos no Recife. A acessibilidade no câmpus Vitória, na Zona da Mata, está na lista.
PARCERIAS
Para ajudar na manutenção e ampliação de laboratórios – existem 804, além de dois museus, 510 salas de aula e 14 bibliotecas – o reitor planeja fortalecer a relação com empresas. “Reorganizamos na UFPE as áreas estratégicas de pesquisa. Cada vez mais queremos laboratórios integrados. Buscamos projetos com as iniciativas pública e privada”, explica Anísio Brasileiro. Ele cita como exemplo parcerias com a Fiat e a Gerdau. Outro exemplo é o Núcleo de Cirurgia Experimental, um investimento da Johnson & Johnson.
A UFPE conta com 650 grupos de pesquisa. São 12.697 alunos na pós-graduação. Dos 133 cursos stricto sensu, quase 40% têm conceitos 5 e 6 na avaliação da Capes (o mais alto é 7). No Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), o Laboratório de Saneamento Ambiental reúne quatro pesquisadores, três técnicos e 43 alunos que desenvolvem pesquisas de iniciação científica, mestrado e doutorado. “Houve um bom avanço da UFPE, mas é preciso investir mais em infraestrutura e equipamentos. Também na contratação de técnicos e na ampliação do número de pesquisadores”, defende o professor Mário Kato. O laboratório, coordenado por ele, realiza pesquisas para melhorar e desenvolver sistemas de tratamento de efluentes.
Anísio Brasileiro ressalta que a UFPE tem o segundo maior programa de assistência estudantil das universidades federais, com cerca de 7 mil bolsistas (a UFRJ fica em primeiro lugar). Nos 105 cursos de graduação estudam 31.759 alunos. Devido à Lei Federal nº 12.711, de 2012, metade das vagas nas federais é destinada a egressos de escolas públicas. A segurança no câmpus Recife, uma das principais queixas dos estudantes, tem recebido investimentos da reitoria. Esse semestre começou com uma novidade: o Kule 360, um totem cuja tecnologia integra videomonitoramento, alarme, iluminação de LED e comunicação direta com a central de segurança, além da possibilidade de utilização de um drone.