Um jovem pernambucano chegou ao topo do pódio dos competidores de Nível A – composto por estudantes que cursam o 9º ano do ensino fundamental – da primeira edição da Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Física (SBF) e da Associação Brasileira de Química (ABQ) apoiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Aos 14 anos, Pedro Jatobá Arteiro, aluno do Colégio Santa Maria, na Zona Sul do Recife, comemora o resultado e já se prepara para outras competições.
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"Comecei a estudar física no ano passado e de cara me interessei pela matéria, tanto que este ano, quando comecei a estudar química também, já participei da Olimpíada Brasileira de Física", disse o estudante, que integra uma das Turmas Avançar do Santa Maria, um programa criado para preparar alunos que têm interesse em participar de competições como estas. "Fiquei muito feliz em ter conquistado a maior nota do Brasil", completou.
O professor Robson Villar leciona química no Santa Maria e tem atuado como coordenador da área de exatas na instituição. Para ele, a atenção que Pedro dá aos estudos certamente é uma das responsáveis pelo seu destaque na ONC. "Todos os professores são unânimes em afirmar que o diferencial de Pedro é sua dedicação, rotina de estudos e atenção no que lhe é explicado", comentou Villar.
A ONC, que contou com a participação de mais de 40 mil estudantes de todo o Brasil, é composta por duas fases. Na primeira, realizada na própria escola em que o candidato estuda, os competidores precisaram responder a 15 questões de física e química sem a ajuda de materiais de apoio nem calculadoras. Os que conseguiram passar para a segunda etapa tiveram quatro horas para responder a seis questões de ambas as disciplinas. Além dos competidores de Nível A, há ainda os que integram os Níveis B, C e D, com estudantes da 1ª a 3 ª série do ensino médio e 4ª série do ensino técnico.
Segundo Sérgio Melo, professor da Universidade Federal do Ceará (UFCE) e um dos organizadores da ONC, o grande mérito das olimpíadas estudantis é a descoberta de novos talentos. "Fala-se muito que o Prêmio Nobel nunca foi dado a um brasileiro, mas a Medalha Fields, que é como se fosse o Nobel da matemática, foi concedida recentemente a um brasileiro ex-olímpico. Nosso papel é identificar jovens talentosos para que eles possam seguir crescendo nos estudos, inclusive alcançando espaço em universidades de renome internacional."
Rotina como a de qualquer outro garoto
Deixando claro que gosta de estudar, Pedro faz questão de dizer que tem uma vida exatamente igual à de qualquer outro jovem. "Dizem que quem se destaca em competições da área de exatas vive com a cara nos livros, mas isso não é verdade. Eu tenho uma vida normal, vou ao colégio, estudo cerca de duas horas por dia, faço inglês, treino natação seis vezes por semana, assisto a séries, uso redes sociais. Tudo como outros adolescentes fazem", cravou o estudante, lembrando que pretende, no próximo ano, participar das Olimpíadas de Física e Química.