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Novo voo do Ganhe o Mundo

Desde 2011, Ganhe o Mundo já deu a cerca de 7.600 estudantes a oportunidade de conhecer outras culturas e vivências

JC Online
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Publicado em 31/08/2019 às 9:37
Gil Menezes/Divulgação
O Ganhe o Mundo foi criado em 2011. Mais de 8 mil jovens viajaram para fora do Brasil para intercâmbio - FOTO: Gil Menezes/Divulgação
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No próximo mês de setembro, cerca de 500 estudantes da rede pública estadual de ensino devem embarcar para uma experiência que pode mudar suas vidas. É a nova edição do Programa Ganhe o Mundo, mantido pela Secretaria de Educação de Pernambuco, e que chega à oitava edição. Desde 2011, já são cerca de 7.600 alunos em intercâmbios em países como EUA, Canadá, Nova Zelândia, Argentina, Espanha e Alemanha. Antes de viajar, os alunos estudam por um ano o idioma do país onde vão morar, precisam ter notas boas e, na volta ao Brasil, apresentar um projeto que impacte suas comunidades.

Wallace Rocha, 19 anos, é um dos milhares de jovens que conheceram outro país por meio do Ganhe o Mundo. Filho de pai aposentado e de mãe cozinheira, não teria condições de fazer um intercâmbio por conta própria. “Meus pais trabalhavam muito e pagavam um colégio particular para mim. Quando soube do Ganhe o Mundo, conversei com eles e fui para a escola pública para tentar uma vaga. Era um sonho conhecer outro país e aprender outro idioma”, conta o rapaz, que viajou para o Canadá em 2016.

Lá, ele morou na casa de uma família nativa e estudou em um colégio, na cidade de Stratford. “Nessa casa, o pessoal era vegetariano e esse foi o primeiro choque cultural. Também dividia a casa com um intercambista belga. Foi uma experiência incrível, que mudou a minha vida”, disse Wallace, que chegou a gravar e compartilhar vídeos sobre a experiência na viagem. De volta ao Brasil, Wallace desenvolveu um projeto que ajuda outros estudantes que também querem participar do Ganhe o Mundo. O perfil no Instagram @projetotrespilares dá dicas de estudos e promove aulões preparatórios para a seleção. Hoje, Wallace mudou de posição na sala de aula e dá aulas de inglês para os alunos.

Outro estudante que também viajou pelo Ganhe o Mundo foi Igor Cunha, 19 anos. “Fui para Palmerston North, na Nova Zelândia. Fui para a escola e também aproveitei cada segundo com os amigos que fiz lá. Uma vez fui jogar bola na chuva, porque pensei: ‘Eu estou na Nova Zelândia e não vou perder nenhum momento’”, lembra, nostálgico. Para ele, o intercâmbio contribuiu para a sua formação pessoal. “Conheci uma cultura diferente, pessoas novas. Antes, era muito tímido, não tinha coragem de comprar uma pipoca no metrô por vergonha e isso mudou. Ganhei autoestima, me desenvolvi e sei me colocar em situações desafiadoras”. O jovem agora sonha em ser admitido em uma universidade norte-americana.

Superintendente do programa, Renata Serpa explica que, além dos jovens que viajam, o Ganhe o Mundo oferece aulas de inglês para outros estudantes. “Este ano, estamos com 15 mil alunos que fazem aulas de inglês, espanhol ou alemão durante três ou quatro dias da semana”, esclarece. Para o intercâmbio, os interessados fazem provas de português, matemática e da língua estrangeira que estuda. Os mil mais bem pontuados são selecionados para a viagem.

Além dos 500 que embarcam agora em setembro, outros 500 devem fazer o mesmo no início do ano. Os alunos recebem passagem, hospedagem, alimentação e uma bolsa mensal de R$ 719 para custear programas de lazer durante a viagem, que dura entre 17 e 19 semanas, em média. “São muitos os benefícios para esses jovens, mas o principal é que o Ganhe o Mundo abre os horizontes deles para uma realidade diferente. Quando acaba a viagem, eles mudaram e também mudam a própria comunidade onde vivem”, acredita Serpa.

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