FOP-UPE

Faculdade de Odontologia da UPE suspende atividades em Camaragibe

O prédio onde funciona a FOP abriga também cerca de 100 famílias. Laudos da Defesa Civil apontaram riscos estruturais

Amanda Azevedo
Cadastrado por
Amanda Azevedo
Publicado em 02/12/2019 às 22:59
Foto: Newton Pimentel/Voz do Leitor
O prédio onde funciona a FOP abriga também cerca de 100 famílias. Laudos da Defesa Civil apontaram riscos estruturais - FOTO: Foto: Newton Pimentel/Voz do Leitor
Leitura:

Por conta de riscos estruturais, a Universidade de Pernambuco (UPE) decidiu nesta segunda-feira (2) suspender por tempo indeterminado o funcionamento da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP) em Tabatinga, Camaragibe, Região Metropolitana do Recife (RMR). O anúncio foi feito pela diretora do câmpus Camaragibe, Mônica Pontes, após reunião do Conselho de Gestão Acadêmica e Administrativa, levando em consideração laudos da equipe de engenharia da UPE e da Defesa Civil do Estado e do município. As atividades acadêmicas serão realocadas.

O prédio foi inaugurado em 1962 para ser a sede do Seminário Regional do Nordeste. A FOP se mudou para lá dez anos depois. Atualmente, a construção abriga 400 alunos, além da Escola Estadual Santa Apolônia e cerca de cem famílias, que ficariam temporariamente no local após uma enchente que atingiu a cidade na década de 1970.
“Na verdade, o problema de engenharia é no lado esquerdo do prédio, onde estão os moradores. Eles foram fazendo encanações e a água foi causando problemas na base. No lado direito, onde funciona a FOP, não temos problema de estrutura, temos outros que se acumularam ao longo do tempo. Já tínhamos decidido que não iríamos iniciar o próximo semestre lá. Mas aí, em virtude dessa questão, inclusive, dos pais preocupados e, claro, entendemos isso, se conversou e essas provas que estão faltando vão ser feitas em prédios da UPE no Recife”, explicou o reitor da UPE, Pedro Falcão. A universidade ainda está avaliando para onde as atividades serão realocadas no ano letivo de 2020.

Os problemas do prédio foram levados por um grupo de alunos para uma reunião plenária na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta segunda-feira (2). “Torna-se difícil ter acesso ao nosso direito à educação, como previsto no Art.6 da Constituição, diante da estrutura do nosso câmpus. Os muros que sustentam os corredores dos andares balançam, as ferragens da estrutura estão expostas, a fiação é da década de 1970, falta energia constantemente e o risco de incêndio é altíssimo, devendo ser pontuado que já houve alguns princípios que foram controlados. Os banheiros são precários, há fungos nas paredes, falta água de modo contínuo, fazendo com que as aulas sejam suspensas e há risco de desabamento decretado pela Defesa Civil”, diz trecho de uma carta aberta “ao governo e à comunidade de Pernambuco”, assinada pela presidente do diretório acadêmico de odontologia, a estudante Déborah Kirniew, 21 anos.

O texto também pede a integração da FOP ao câmpus Santo Amaro da UPE. Hoje, aproximadamente cem alunos dos dois primeiros períodos do curso de odontologia estudam no Instituto de Ciências Biológicas. “Queremos soluções. Queremos um prédio para integrar a FOP ao câmpus Santo Amaro da UPE, local em que se concentram todos os demais cursos de saúde da universidade. Queremos o básico.”

A carta foi lida pelo deputado Wanderson Florêncio (PSC) durante sessão ontem à tarde na Assembleia. Após o pronunciamento, o presidente da Alepe, Eriberto Medeiros (PP), anunciou que formará uma comissão para tratar dos problemas apresentados pelos alunos.

Insegurança

No mês de abril deste ano, os alunos do câmpus Camaragibe já tinham realizado um protesto no Recife, denunciando insegurança no local. A estudante Luana Pérez relatou à TV Jornal um assalto que sofreu ao sair do estacionamento do campus ao lado de colegas de curso. “Aconteceu 12h30 mais ou menos Eles botaram a arma na janela e foi aí que percebemos que era um assalto. Levaram o carro e todos os nossos materiais”, disse.

Na época, a Polícia Militar informou que as rondas seriam intensificadas e policiais permaneceriam mais tempo no campus.
“A questão da segurança era muito precária. Melhorou um pouco depois do nosso protesto porque agora tem policiamento, mas continua tudo aberto”, afirmou Déborah.

Últimas notícias