As atividades acadêmicas de 2020 da Faculdade de Odontologia (FOP) da Universidade de Pernambuco (UPE) vão ser transferidas para as instalaçõe do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP), na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife. Segundo a UPE, a medida é emergencial por conta de problemas estruturais, elétricos e de infiltração na unidade localizada Tabatinga, no município de Camaragibe, onde as atividades funcionam atualmente.
Os estudantes já foram informados que deverão finalizar as atividades deste semestre em outras unidades da própria UPE.
Ainda de acordo com a UPE, no dia 11 de novembro a equipe de engenharia da Secretaria Executiva de Defesa Civil do Estado realizou uma vistoria em conjunto com a Defesa Civil de Camaragibe nas unidades ocupadas por dezenas de famílias na área do entorno da Fop. Na ocasião, a Defesa Civil do Estado recomendou ao município e a UPE a evacuação do trecho compreendido entre a caixa d’água, junto à escola existente, até o auditório situado no final da edificação.
A Faculdade de Odontologia conta com aproximadamente 400 alunos na graduação. Mantém, ainda, turmas de especialização, mestrado e doutorado, com cerca de 300 alunos. Além de 80 professores, 50 servidores técnicos-administrativos e aproximadamente 2.000 atendimentos semanais à população nas clínicas da unidade.
Prédio antigo e problemas
O prédio foi inaugurado em 1962 para ser a sede do Seminário Regional do Nordeste. A FOP se mudou para lá dez anos depois. As família que moram no local, ficariam temporariamente após uma enchente que atingiu a cidade na década de 1970.
“Na verdade, o problema de engenharia é no lado esquerdo do prédio, onde estão os moradores. Eles foram fazendo encanações e a água foi causando problemas na base. No lado direito, onde funciona a FOP, não temos problema de estrutura, temos outros que se acumularam ao longo do tempo. Já tínhamos decidido que não iríamos iniciar o próximo semestre lá. Mas aí, em virtude dessa questão, inclusive, dos pais preocupados e, claro, entendemos isso, se conversou e essas provas que estão faltando vão ser feitas em prédios da UPE no Recife”, explicou o reitor da UPE, Pedro Falcão.
No mês de abril deste ano, os alunos do campus Camaragibe já tinham realizado um protesto no Recife, denunciando insegurança no local. A estudante Luana Pérez relatou à TV Jornal um assalto que sofreu ao sair do estacionamento do campus ao lado de colegas de curso. “Aconteceu 12h30 mais ou menos Eles botaram a arma na janela e foi aí que percebemos que era um assalto. Levaram o carro e todos os nossos materiais”, disse.
Na época, a Polícia Militar informou que as rondas seriam intensificadas e policiais permaneceriam mais tempo no campus.
“A questão da segurança era muito precária. Melhorou um pouco depois do nosso protesto porque agora tem policiamento, mas continua tudo aberto”, afirmou Déborah.