Manifestantes bloquearam o Cais José Estelita, no sentido cidade - subúrbio, na tarde desta terça-feira (17). A Tropa de Choque utilizou bombas de efeito moral, sprays e tiros de borracha. Uma ativista, Manuela Urbetino, 30 anos, foi detida e levada para a Delegacia de Santo Amaro. O carro dela ficou no portão de acesso aos galpões. De acordo com um policial, Manuela se exaltou, ele se sentiu desacatado e deteve ela.
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Um amigo de Manuela, o professor Lucas Alves, 29 anos, disse que chegou no momento em que a polícia soltava as bombas. "Quando eu me afastei, ela estava sendo carregada, porque ela não tirou o carro da via", contou. O veículo será recolhido pelo Choque para o 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM), onde Manuela poderá retirar na quarta-feira (18).
De acordo com alguns ativistas que estão no Cais José Estelita, será realizada uma reunião para decidir que ação será tomada. Uma das opções é acampar em frente aos galpões, do outro lado da via, onde existem algumas pracinhas.
O promotor de Direitos Humanos do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Maxuel Vignoli, informou que vai perguntar ao secretário de Defesa Social o número exato de policiais, pois achou a quantidade exagerada.
Pela manhã, a Polícia Militar foi ao local fazer a reintegração de posse do terreno. Durante a ação, três pessoas ficaram feridas e quatro foram detidas. Os detidos foram o argentino intercambista, estudante de economia da UFPE, Milton Petrucsok, 22 anos, o peruano Lybrian Shiozawa Gill, 26, Jordi Ricardo Souza e arquiteta Cristina Gouvêa, 33 anos. Os quatro já foram liberados.
Os feridos foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros. Entre eles, um homem não identificado foi encaminhado à UPA da Imbiribeira. André Luiz Medeiros, 18, e Lis Granjeiro, de 20 anos, foram levados ao Hospital Tricentenário, em Olinda. De acordo com a assessoria da unidade de saúde, André chegou com ferimentos provocados por uso de gás lacrimogêneo e estilhaços. Os médicos fizeram curativos e ele foi liberado. Ainda de acordo com o hosptial, Lis Granjeiro chegou desarcodada ao local por causa do efeito do gás. Ela foi medicada e está consciente.
Um engenheiro da Queiroz Galvão foi convidado pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos, pois o Consórcio Novo Recife não pode realizar nenhum tipo de construção ou benfeitoria no local, por conta do embargo da obra.
