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Motoqueiros atropelam quatro pessoas por dia

Quantidade representa 42% dos pacientes atropelados atendidos no HR, de setembro de 2013 a setembro deste ano. Ciclistas estão entre as principais vítimas

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 06/11/2014 às 6:11
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Quantidade representa 42% dos pacientes atropelados atendidos no HR, de setembro de 2013 a setembro deste ano. Ciclistas estão entre as principais vítimas - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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As pesadas estatísticas de vítimas de acidentes com motocicletas no Estado não envolvem apenas os pilotos e caronas desses veículos. Em apenas um ano, 1.583 pessoas deram entrada no Hospital da Restauração (HR), vítimas de atropelamento por motocicleta ou ciclomotor, uma média de 4,33 por dia. A quantidade representa 42% de todos os pacientes atropelados atendidos na unidade, no período de setembro do ano passado a setembro deste ano. E mais: entre outros 1.260 ciclistas socorridos ao HR, no mesmo período, 38% foram atingidos por motocicletas.

“A única sinalização que nossos motociclistas respeitam é o sinal verde”, afirma o coordenador do Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto em Pernambuco (Cepam), médico João Veiga. “Os motoristas de cinquentinhas sobem as calçadas, andam nas ciclovias e ciclofaixas e ninguém é punido, pois nem placa esses veículos têm, já que as prefeituras não estão cumprindo a lei, que manda regulamentar os ciclomotores.”

O médico diz ter tomado conhecimento de dois ciclistas atropelados em ciclofaixas do Recife na semana passada. A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) informa não ter registrado ocorrências desse tipo, salientando que nem sempre o órgão é acionado.

No HR, constam 34 atropelamentos por motocicletas na calçada. No total, de setembro de 2013 a setembro deste ano, foram 10.075 pacientes hospitalizados por conta de acidentes com moto na unidade, que é maior urgência e emergência do Estado e referência em traumatologia. Deste montante, 10% saíram com sequelas permanentes: amputados, paraplégicos, tetraplégicos, ou com outras limitações físicas. 

Moradora do bairro de Campo Grande, na Zona Norte, onde recentemente foi inaugurada a ciclofaixa Marquês de Abrantes, a professora Ana Miranda, 34, afirma ver constantemente motos no espaço dos ciclistas. “É muito comum. Se os carros não respeitam a faixa, as motocicletas muito menos”, diz. “Esta semana teve até uma viatura da CTTU por aqui, mas isso é raro.”

Conforme o Cepam, há previsão de que o número de mortos em acidentes envolvendo motocicletas tenham um aumento de 8% a 10% este ano no Estado, passando de 757 mortes em 2013 para cerca de 820. A estimativa é feita com base em dados preliminares dos Institutos de Medicina Legal (IMLs) e indicam a necessidade de providências urgentes do poder público para conter tal epidemia.

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