Patrimônio

Instituto Arqueológico acessível aos deficientes

A entidade adaptou a sede para receber com mais conforto os visitantes portadores de necessidades especiais

Da Editoria Cidades
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Publicado em 01/02/2015 às 8:08
Foto: Guga Matos/JC Imagem
A entidade adaptou a sede para receber com mais conforto os visitantes portadores de necessidades especiais - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Com 153 anos de existência e instalado num casarão antigo da Rua do Hospício, no Centro do Recife, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano adaptou a sua sede para receber visitantes portadores de necessidades especiais. O prédio de dois pavimentos, agora, conta com rampas que facilitam a locomoção de deficientes físicos, piso tátil para orientar os cegos e sanitários construídos de acordo com as normas da ABNT-NBR 9050.

Inauguradas quarta-feira passada (28), na solenidade comemorativa do 153º aniversário de fundação do instituto, as obras de acessibilidade também contemplam legendas escritas em Braille nas placas de identificação das peças expostas no museu da entidade. “Temos, ainda, um elevador de acesso ao piso superior, onde funciona o setor de pesquisa. É o primeiro museu da cidade com acessibilidade aos deficientes”, observa Tácito Galvão, pesquisador e sócio do instituto.

Executado em 2014, o projeto de acessibilidade do Museu do Instituto Arqueológico teve financiamento do programa Caixa Cultural, da Caixa Econômica Federal. Na reforma interna, o auditório, que ficava no primeiro andar, foi transferido para o térreo. “A biblioteca e o arquivo também vão passar por melhorias, este ano”, diz o arquiteto José Luiz Mota Menezes, presidente do instituto.

Durante a festa do dia 28 de janeiro, no novo auditório, acessível e climatizado, José Luiz lamentou a decisão da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), que negou pedido para criação de uma vaga de estacionamento de ônibus de visitantes, na frente do prédio. “A Rua do Hospício é larga nesse trecho e comportaria a vaga, mas optaram analisar nosso pleito com a simples e fria aplicação da lei”, destaca.

De acordo com o arquiteto, a falta do estacionamento dificulta a vinda de escolas públicas e particulares para o museu. “Numa situação dessa, perdem os alunos, porque deixam de conviver com a história de Pernambuco, materializada no acervo do museu”, afirma José Luiz. Criado em 1866, quatro anos depois do instituto, o museu é guardião de peças doadas tanto por famílias da aristocracia quanto por moradores humildes.

No acervo, há quadros, móveis, liteiras (cadeiras carregadas por escravos, para o transporte de pessoas), armas seculares e relíquias dos movimentos republicanos liderados por Pernambuco, no século 19, contra a monarquia luso-brasileira, como a Confederação do Equador (1824) e a Revolução Pernambucana de 1817.

O museu aumentou o acervo, recentemente, com uma carruagem de fabricação inglesa, do século 19, que pertenceu à família Souza Leão. O veículo, com estrutura metálica e capacidade para quatro passageiros, além do cocheiro, foi doado pela Fundação Joaquim Nabuco.

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