Acidente

Motorista se defende da morte da estudante da UFPE: "Foi uma fatalidade"

Ele concedeu entrevista na sede do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, em Santo Amaro, bairro da área central do Recife.

Da Editoria Cidades
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Publicado em 12/05/2015 às 12:44
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Ele concedeu entrevista na sede do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, em Santo Amaro, bairro da área central do Recife. - FOTO: Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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O motorista da empresa Metropolitana que conduzia o ônibus da linha Barro-Macaxeira, de onde a estudante de biomedicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Camila Mirelle Pires da Silva, 18 anos, caiu e morreu sexta-feira passada (8) concedeu entrevista coletiva no fim da manhã desta terça-feira (12) e falou pela primeira vez sobre o acidente. “Foi uma fatalidade. Eu não tive culpa”, disse aos repórteres na sede do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, em Santo Amaro, bairro da área central do Recife.

Ele preferiu não se identificar ao relatar os detalhes da viagem. Segundo o motorista, o ônibus trafegava superlotado pela BR-101, no sentido do Barro. A estudante, disse, teria embarcado numa parada logo após o Hospital das Clínicas da UFPE, na Cidade Universitária, pela porta do meio do veículo, que é destinada a desembarque. E caiu antes de ele parar o carro no próximo ponto. “Ela invadiu o ônibus, como outros passageiros também fizeram, pelo meio e pela porta de trás (também para desembarque). “Se ela tivesse embarcado pela frente isso não teria acontecido”, declarou.

Durante a entrevista, o motorista disse que não havia notado que a bolsa da estudante estava presa na porta do coletivo, como relataram colegas da jovem. “Não tinha como perceber, o ônibus estava muito cheio. Inclusive tinha um passageiro cobrindo meu retrovisor. Eu pedi várias vezes para ele liberar, porque atrapalhava minha visão.” De acordo com ele, o ônibus estava se aproximando de uma parada de ônibus quando os usuários começaram a gritar que uma moça havia caído.

“Eu parei o ônibus, desci e vi a moça no chão. Liguei para o  190, o 192, para todo mundo. E só saí de lá quando a polícia me liberou”, afirmou. Ainda segundo o condutor, usuários teriam destravado o botão da trava de emergência das portas do meio e da traseira do coletivo. "Sem a trava, a porta fica neutra, sem o controle do motorista, e o passageiro consegue abrir com as mãos. Isso acontece muito em dias de jogos de futebol", declara.

Ele disse que atua como motorista há 11 anos e está na empresa Metropolitana há dois meses. O profissional está afastado do trabalho desde sexta-feira (8) à noite. Após o acidente na BR-101, às 18h, ele ainda realizou mais duas viagens com o mesmo ônibus, antes de encerrar o expediente.

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