HOMICÍDIO

Resultado de julgamento de PMs deve ser divulgado à tarde

Expectativa é que seja acatado o pedido de absolvição de um dos réus

Do JC Online
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Publicado em 22/05/2015 às 11:48
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Os sete jurados que vão decidir o futuro dos quatro policiais militares acusados de obrigar 17 adolescentes a pular no Rio Capibaribe, em 2006, provocando a morte de dois deles, estão reunidos na manhã desta sexta-feira (22) para dar o veredicto. O resultado do júri popular, que será baseado nos questionários respondidos pelos jurados, deve sair durante esta tarde.

A expectativa é que seja acatado o pedido de absolvição de um dos réus, o soldado Irandi Antônio da Silva, feito pelo promotor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) André Rabelo - responsável pela acusação - na noite desta quinta-feira. A justificativa é que o soldado teria permanecido na viatura, à cerca de 300 metros do Rio, durante o ocorrido.

O julgamento começou na quarta-feira, com depoimento dos réus e de oito vítimas. Nesta quinta ocorreu o embate entre o advogado de defesa, José Siqueira Filho, e o promotor André Rabelo. O promotor começou sustentando a participação de todos os policiais no crime - Aldenes Carneiro da Silva (sargento), José Marcondi Evangelista (soldado), Ulisses Francisco da Silva (soldado) e Irandi-, mas no fim pediu a absolvição do soldado.

Usando o direito a réplica e tréplica, o  advogado alegou que o tenente da Polícia Militar Sebastião Antônio Félix – cujo julgamento será feito separadamente, em 14 de julho – deu ordem diretamente aos menores para eles entrarem no rio. E disse que os jovens eram suspeitos de participação em um arrastão no Recife Antigo.

Durante o segundo dia, André Rabelo leu depoimentos dizendo que os mortos - Zinale José Souza da Silva, 17, Diogo Rosendo Ferreira, 15 - não sabiam nadar e Doigo teve o braço quebrado ao ser espancado. "E essa história de arrastão é mentira. Não há registro policial. E se tivesse, qual a relação com o que está sendo julgado aqui? Isso é uma apologia à violência", disse. 

Os réus são acusados de homicídio triplamente qualificado - crime por motivo fútil, com crueldade e sem chance de defesa às vítimas - e 11 tentativas de homicídio. Eles teriam abordado os jovens próximo ao Cais de Santa Rita, no Centro, colocando todos em duas viaturas e levando-os até perto da Ponte Joaquim Cardozo, em Joana Bezerra.

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