TRANSPORTE

Oposição diz que ônibus param nesta quarta das 4h às 10h e sindicato aposta em normalidade

Categoria quer pressionar TST a confirmar reajuste concedido pelo TRT-PE no dissídio coletivo

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 05/08/2015 às 3:30
Foto: Guga Matos /JC Imagem
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Contrariando orientação do Sindicato dos Rodoviários, uma paralisação dos ônibus foi programada para acontecer entre as 4h e 10h desta quarta-feira pelo movimento de oposição sindical. A exemplo da última segunda-feira (3), a proposta é que 100% da frota fique nas garagens nesse horário. A convocação foi feita via Facebook e confirmada por alguns motoristas ouvidos ontem durante passeata realizada pelo sindicato, no Centro do Recife com o objetivo de pressionar o Tribunal Superior do Trabalho (TST) a manter os reajustes obtidos em dissídio coletivo.

“Da parte do sindicato, não há qualquer paralisação agendada, esperamos que os ônibus funcionem normalmente. Nós estamos com nossos advogados em Brasília defendendo os interesses da classe e pressionando para que o julgamento do TST aconteça de imediato e possamos recorrer”, declara o presidente da entidade, Benílson Custódio. O TST emitiu liminar provisória reduzindo para 9% os reajustes concedidos pelo Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco (TRT-PE) de 12% para salário e 59,57% para vale-alimentação. Mas falta o julgamento do mérito.  

Foto: Guga Matos /JC Imagem
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Aldo Lima, que lidera a oposição, diz que sua equipe estará nas garagens desde a madrugada mobilizando a categoria. “Quem toca essa luta não é o sindicato e sim os trabalhadores e eles querem protestar, então estamos dando apoio”, alega. Questionado se uma paralisação não pode interferir no resultado do julgamento do TST, ele responde: “Não vamos fazer greve, apenas protestar. Isso é legal”.

Durante a passeata realizada pelo sindicato – na qual muitos utilizaram apitos e nariz de palhaço – manifestantes  se desentenderam com outro grupo, na descida da Ponte Duarte Coelho. “Um supervisor da Caxangá mandou o motorista lançar o ônibus contra os manifestantes, então o pessoal saiu atrás. Queriam até  jogá-lo no rio, mas acalmamos os ânimos”, conta Edmilson Francisco, do grupo de apoio sindical. 

No meio da confusão, surge Aldo Lima e sua equipe. “Fizemos uma panfletagem na Praça da Independência e estávamos voltando, foi só uma coincidência cruzar com a passeata”, assegura. O cortejo seguiu até o Palácio do Campo das Princesas, onde uma comissão foi recebida pelo  secretário executivo do Estado, Marcelo Canuto, e lhe entregou uma pauta de reinvindicações de melhorias na segurança, mobilidade (instalações de terminais e corredores) e apoio ao reajuste salarial definido pelo TRT-PE. O mesmo ofício será entregue, hoje, ao TRT-PE e à Prefeitura do Recife.

O JC procurou o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) e o sindicato das empresas (Urbana-PE) para saber se haveria algum esquema alternativo, nesta manhã. O primeiro diz ter acionado os Ministérios Públicos de Pernambuco e do Trabalho (MPPE e MPT). O outro informa que não medirá esforços para manter a normalidade do sistema, estando pronto para tomar as medidas judiciais cabíveis.

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