Solidariedade

Estado tem 43 crianças na fila de transplante

Demora do transplante pediátrico costuma ser maior do que no caso dos adultos

Da editoria de Cidades
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Publicado em 23/09/2015 às 8:30
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Demora do transplante pediátrico costuma ser maior do que no caso dos adultos - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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O momento de dor que é perder um filho pode ser transformado em esperança para outra criança. Ser doador de órgãos e tecidos é uma decisão difícil a ser tomada, mas, muitas vezes, é a única chance de vida para aqueles que esperam na fila por um transplante. “Ao todo, 43 crianças aguardam por uma doação no Estado. Esses pequenos podem ter muito para viver ainda, só dependem da doação. A morte de um filho é sempre um momento difícil, mas os pais têm a possibilidade de salvar outra criança”, considera o coordenador do programa de transplantes da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), André Bezerra.

Em Pernambuco, as crianças e adolescentes, com idade entre 0 e 18 anos, representam 3,2% das mais de 1.300 pessoas que esperam um órgão ou tecido para ter mais qualidade de vida. Entretanto, apesar do valor considerado pequeno em relação ao de adultos, a demora para o transplante pediátrico costuma ser maior. “É preciso ter uma aproximação de peso e altura entre o doador e receptor do transplante. E a quantidade de órgãos e tecidos doados por crianças é pequena. Sendo assim, a espera por um doador compatível pode se prolongar mais do que no caso dos adultos”, explica a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.

As crianças veem na corrente de solidariedade da doação a possibilidade de continuarem realizando atividades normalmente, como no caso de Sayonara Sabino Dantas, 8 anos. “Minha filha sempre foi muito feliz, animada, mas agora está debilitada e precisou até parar de ir à escola por conta do tratamento. Nós estamos esperando muito pelo dia em que receberemos a notícia que encontraram um doador compatível com ela. A angustia que eu sinto é enorme, quero tanto ver ela saudável novamente”, diz emocionada a dona de casa Solange Sabino, 30 anos, sobre a filha que aguarda por um fígado.

Para abordar os desafios dos procedimentos de transplantes em crianças, a CT-PE realizou ontem, no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, o II Simpósio Pernambucano de Doação de Órgãos e Tecido, dentro da programação da Semana Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. “Doação é um tema muito delicado, especialmente quando envolve crianças. E o acolhimento dos profissionais de saúde é um fator importante para a decisão positiva para a doação por parte da família”, comenta André Bezerra. O simpósio, segundo ele, teve como objetivo deixar as equipes médicas bem informadas sobre os protocolos existentes. “Temos que trabalhar juntos para transformar um momento de dor em esperança para outras crianças”, acrescenta Noemy.

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