Acidente

Dor e revolta no enterro do menino atropelado por trem do metrô

Garoto de 11 anos pulou muro de contenção do metrô para tentar pegar uma pipa

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Publicado em 09/11/2015 às 17:59
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Garoto de 11 anos pulou muro de contenção do metrô para tentar pegar uma pipa - FOTO: Ricardo Labastier/JC Imagem
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Ao som do macaracu do Grupo Nação de Oxalá, onde tocava, e do choro de dor de inúmeros amigos e familiares, inclusive muitas crianças, foi enterrado no Cemitério de Santo Amaro, na tarde desta segunda, o estudante Max Mateus Antônio do Nascimento, de 11 anos. Ele foi atropelado por um trem após pular o muro de contenção do metrô para tentar pegar uma pipa, no sábado, na comunidade do Coque, na Ilha Joana Bezerra, Centro. O menino morreu no Hospital da Restauração (HR).

"O metrô não nos deu nenhuma assistência. Sei que Max falhou ao atravessar a linha do trem, mas criança só precisa de oportunidade. Ainda não discutimos se vamos entrar na Justiça, mas, no momento, o que queremos é que consertem aquelas placas de contenção para evitar novos acidentes, pois não foi o primeiro", declarou o barbeiro Wagner Gomes, 28, cunhado de Max.

O pai do menino, Antônio Joaquim do Nascimento, 69, desmaiou no velório e não conseguiu acompanhar o cortejo. A mãe, Nair Coelho da Silva, 48, precisou ser amparada o tempo todo. O estudante Luiz Carlos Silva, 16, que faz parte do Grupo Nação, tocava com muita tristeza. “Meu irmão estava com Max no momento do acidente. Ele não aguentou vir, está dopado, mas conta que o maquinista só buzinou depois de ter atropelado o menino. Ele era bom, esperto, participava de tudo, não era de bagunça. Todos o amavam”, declarou.

“Não foi o primeiro acidente. Tinham que ter tomado providências quando ocorreu o primeiro, mas em vez de trocarem as placas (elas têm mais de 20 anos) colocaram apenas arame farpado”, criticou, consternado, o estudante Jackson Nascimento, 17, que tocava alfaia junto com Max no Grupo Nação de Oxalá. O grupo acompanhou o cortejo, tocando o maracatu que o garoto tanto gostava.

O estudante Luiz Carlos Silva, 16, também faz parte do Nação. “Meu irmão estava com Max no momento do acidente. Ele não aguentou vir, está dopado, mas conta que o maquinista só buzinou depois de ter atropelado o menino. Ele era bom, esperto, não era de bagunça”, declarou. O pai de Max, Antônio Joaquim Nascimento, desmaiou no velório e não acompanhou o enterro. A mãe, Nair Coelho, precisou ser amparada o tempo todo. Muitas crianças estavam em prantos. “Não tivemos qualquer assistência por parte do metrô, uma vizinha, Gracy Almeida, que nos ajudou. Estão tentando se eximir da responsabilidade, mas várias testemunhas viram o que aconteceu”, protesta o barbeiro Wagner Gomes, 28, cunhado de Max.

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