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O Metrô do Recife poderá parar as atividades a qualquer momento por falta de pagamento da conta de energia. Foi o que afirmou o presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Marco Antônio Fireman, em entrevista ao ao comunicador Ednaldo Santos, no programa Balanço das Notícias da Rádio Jornal.
Na entrevista, Marcos Antônio Fireman informou que o modal vive dificuldades financeiras, acentuadas porque o Consórcio Grande Recife não está repassando os recursos das passagens das integrações.
“O Consórcio Grande Recife não vem repassando para a CBTU os recursos da passagem que tem integração entre ônibus e metrô. Esse passivo de débito já está acumulado em R$ 48 milhões. São mais de R$ 2 milhões por mês que ficam retidos”, denunciou o presidente.
Segundo o presidente, essas dificuldades financeiras comprometem não só a manutenção de trens, a segurança, ou a limpeza. A falta de pagamento de energia elétrica afeta diretamente o funcionamento do modal. “A Celpe está ameaçando cortar, agora no mês de dezembro, a energia elétrica de tração dos trens”, disse. “Estamos tentando negociar e encontrar uma forma de resolver essa situação junto ao Consórcio, mas não temos tido o retorno positivo”.
O presidente ainda informou que o Grande Recife alega dificuldades financeiras como motivo para o atraso. “As empresas de transporte rodoviário não têm recebido o subsídio do governo, aí elas vendem a passagem e não repassam para o Consórcio, que não repassa para a CBTU”, disse.
A passagem da integração custa R$ 1,60, dos quais R$ 0,60 deveriam ficar com a CBTU. O resto é repassado para as empresas rodoviárias. O sistema do Recife conta com 26 trens transportando cerca de 400 mil passageiros por dia, segundo Fireman.
“A gente não pode, numa situação dessas, deixar de funcionar por que não está sendo repassado o que é de direito nosso. Nós não estamos movendo uma ação para tirar um benefício do sistema de ônibus, mas nós temos direito a uma parte das passagens”. O presidente da CBTU já adiantou que na próxima semana o sistema deve enfrentar problemas. “Se a Celpe cortar a energia ou se a gente não receber nada do consórcio deve falta trem por falta de energia”, explicou.
Por meio de nota, o Grande Recife Consórcio reconhece parte da dívida referente ao transporte de passageiros do Sistema Estrutural Integrado (SEI) e informou que existe uma ação judicial que contesta esses valores, que são repassados ao Consórcio pelo Sindicato da Urbana-PE.