Todos os dias Maria da Paz Azevedo Silva, 59 anos, percorre os cerca de 20 quilômetros que separam a casa dela, em Candeias, no município de Jaboatão dos Guararapes, do Hospital de Câncer de Pernambuco, em Santo Amaro, área central do Recife.
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Voluntária na unidade de saúde, ela está sempre a postos para ajudar os pacientes. Da Paz leva o pão a quem tem fome, a peruca a quem precisa de uma nova cabeleira, o sapato a quem está descalço. E também o afago, um aperto de mão e a palavra amiga a quem necessita de alento enquanto enfrenta uma doença cruel e um tratamento doloroso.
“Sofrimento não tira férias”, diz a mulher que se tornou voluntária quando viu o pai morrer de câncer, em 1991, e hoje coordena um grupo de 250 pessoas. A missão é resgatar a autoestima dos doentes, estimular os acompanhantes, amenizar necessidades materiais e realizar sonhos.
A Coordenação do Voluntariado entrega cesta básica a pacientes que recebem alta, fornece fraldas, sabonete líquido, hidratante e alimentação diferenciada para os internos da UTI e promove eventos: aniversários, casamentos, batizados e funerais.
No fim do ano, a equipe materializa os sonhos. “São desejos tão simples, uma camisola, uma toalha, um panetone”, detalha. Este mês, uma paciente sensibilizou a todos ao pedir uma TV, que podia ser de segunda mão; uma árvore de Natal, que podia ser velha; e uma cesta natalina. “Ela fez uma carta, dizendo que podia ser o seu último Natal e que nunca teve uma árvore em casa. Conseguimos tudo que ela tem direito.”