Pendência

Requalificação da Rio Branco depende de parecer do Iphan

Projeto foi anunciado há dois anos, conseguiu recursos há seis meses e até agora não saiu do papel

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 23/02/2016 às 7:06
André Nery/JC Imagem
Projeto foi anunciado há dois anos, conseguiu recursos há seis meses e até agora não saiu do papel - FOTO: André Nery/JC Imagem
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Dois anos após anunciada, com pompa, a grande transformação da Avenida Rio Branco, no Recife Antigo, Centro, em uma moderna alameda para pedestres e modais não motorizados ainda não aconteceu. Passados entraves de ajustes de editais e falta de recursos, há seis meses a licitação do projeto de requalificação da via está no aguardo de um parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Iphan), segundo o secretário estadual de Turismo e Lazer, Felipe Carreras. O órgão captou os R$ 5,5 milhões necessários para execução do projeto municipal, que estava previsto para ser concluído em dezembro de 2014.

O Passeio Rio Branco, como denominado, prevê a elevação da pista até a altura das calçadas, que seriam restauradas, mantendo as suas características originais, embutimento da fiação elétrica, quiosques padronizados, bancos públicos, espaços de convivência com vegetação e nova arborização e iluminação, além de áreas para bares e restaurantes instalarem mesas e cadeiras na via. Mas pouca coisa mudou desde o anúncio do projeto, em 20 de fevereiro de 2014. 

Em 5 de março daquele ano, a avenida foi fechada ao tráfego, passando a ser permitido apenas que os veículos a cruzem na altura das ruas do Bom Jesus, Dona Maria César e Mariz e Barros. Ônibus tiveram o itinerário alterado. O asfalto recebeu pintura em três cores fortes. Vasos com algumas palmeiras foram instalados no acesso pelo Cais do Apolo. E só. Nesta segunda, o JC esteve no local e flagrou veículos dos mais diversos circulando indevidamente pela via. A pintura do asfalto está se apagando. As palmeiras estão cheias de folhas secas.

“O mais importante já foi feito:  iniciar um novo conceito de valorização e utilização do espaço público e dos sítios históricos. As pessoas já se apropriaram de forma diferente da via”, defende o secretário de Desenvolvimento e Planejamento Urbano do Recife, Antônio Alexandre. “Quanto à requalificação, tivemos de ir em busca de outra fonte de recursos, diante da dificuldade do município. E conseguimos, via Estado, por meio do Prodetur. O projeto executivo foi concluído.  E agora está sob análise do Iphan, por se tratar de área histórica. Havendo liberação, vamos licitar. O prazo de execução será de quatro a seis meses”.

O secretário Felipe Carreras lamenta a demora. “Já são mais de seis meses aguardando uma posição do Iphan. Conseguimos os recursos, em meio a uma crise (100% financiado pelo BID), e não podemos usar, não nos dizem nada”, critica. A arquiteta Gisela Montenegro, que respondia pelo órgão  provisoriamente, até a semana passada, explica que o parecer técnico está concluído, e deverá ser avaliado pelo novo superintendente (o paraibano Elísio Luis Sobreira Monteiro da Franca), que assume esta semana. 

“Isso aqui está muito longe de uma alameda, ficamos só de esperar”, comenta o comerciante Rilson Rocha, 48 anos, que herdou do pai a banca de revista na via. Pelo projeto, os comerciantes locais serão contemplados com um quiosque. Mas o número de equipamentos ainda está em aberto, segundo Antônio Alexandre. “Ainda podemos ter ajustes”, conclui.

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