EDUCAÇÃO

Literatura de cordel no combate ao Aedes aegypti

Livreto escrito pela poetisa popular Rivani Nasario está sendo usado em escola de Olinda, no Grande Recife

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 02/03/2016 às 6:13
Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem
Livreto escrito pela poetisa popular Rivani Nasario está sendo usado em escola de Olinda, no Grande Recife - FOTO: Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem
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Com versos da literatura de cordel, alunos da Escola Municipal Mizael Montenegro Filho, localizada no bairro de Casa Caiada, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, estão aprendendo a combater o Aedes aegypti. Um cordel escrito pela diretora da unidade de ensino, Rivani Nasario, mostra, de maneira divertida, de fácil compreensão e com linguagem popular, a importância da garotada se engajar na luta contra o transmissor da dengue, zika e chicungunha.



“São 222 estudantes matriculados na escola. Por semana há uma média de quatro a cinco alunos faltando porque estão com uma dessas três doenças provocadas pelo mosquito. Isso me preocupou. Já tinha escrito um cordel sobre a dengue. Decidi atualizá-lo com informações sobre zika e chicungunha e usá-lo na sala de aula”, explica Rivani.

O trabalho começou semana passada. A ideia de Rivani é apresentar o cordel em cada turma separadamente. Os estudantes são das séries iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) e têm em geral entre 6 e 11 anos de idade.

“No primeiro momento conto a história da literatura de cordel. Depois apresento o livreto que fala da dengue, zika e chicungunha. São 24 estrofes, mas com os alunos trabalho apenas sete”, diz a diretora. “A musicalidade, a poesia e a rima facilitam o aprendizado”, destaca a poetisa popular.



A segunda etapa será feita pelas professoras. Durante as aulas regulares elas vão propor atividades que abordem o combate ao mosquito. Palavras cruzadas, pinturas, desenhos, construção de versos, escrita de frases e textos são algumas das sugestões. A definição vai depender da faixa etária dos estudantes.

Aos 6 anos, Harley Davidson Morais declama versos do cordel escrito pela gestora e sabe na ponta da língua o que fazer para combater o Aedes aegypti. “Não deixar água na caixa sem tampar. Todos os lugares com água não podem ficar abertos, sem tampa”, informa o menino, com desenvoltura de gente grande. “O mosquito pica as pessoas, que ficam doentes”, diz Ryan Rodrigues, 5, colega de turma de Harley.

EXPANSÃO - Rivani já mostrou o cordel em outras escolas de Olinda. Mas seu desejo é que toda a rede municipal da cidade - são 67 colégios, com cerca de 1.500 professores e 22.900 alunos - adote o livreto.

“A intenção é que o projeto dela seja socializado em todas as escolas de Olinda. Incentivamos a cultura popular e achamos a iniciativa ótima. Estamos avaliando se é possível”, explica a diretora de Programas e Projetos Educacionais da Secretaria Municipal de Educação, Joseane Sandes.

Quem quiser comprar o cordel (R$ 3) deve entrar em contato com Rivani pelo email [email protected].

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