Prevenção

Medo da gripe H1N1 lota clínicas particulares de vacinação

Campanha nacional na rede pública ocorre entre 30 de abril e 20 de maio, para público mais vulnerável

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Publicado em 06/04/2016 às 20:28
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Campanha nacional na rede pública ocorre entre 30 de abril e 20 de maio, para público mais vulnerável - FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem
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A procura pela vacina contra a gripe – especialmente a causada pelo vírus Influenza A (H1N1) – é tão grande que as clínicas particulares não estão dando conta da demanda. Algumas informam que os lotes adquiridos acabaram em poucos dias e que há dificuldade em repor o estoque rapidamente. Muita gente está chegando cedo tentando pegar uma ficha e enfrentando longas filas para se proteger da gripe. 

“Neste momento, não há motivo para pânico”, alerta o médico Antônio Aguiar, diretor da Vaccine, que tem seis unidades no Grande Recife e está há 18 anos no mercado. “A quantidade de vacinas que chega à região é menor por questão de logística (os estoques ficam no eixo Rio/São Paulo), mas queremos tranquilizar a população. Na nossa clínica não vai haver desabastecimento, não tem problema deixar para mais adiante. A vacina é a melhor maneira de prevenção, mas há outras, como lavar sempre as mãos e evitar contato delas com o rosto”. A Vaccine adquiriu 2,5 mil doses que duraram quatro dias, mas novos lotes chegam na próxima semana.

Nesta quarta, uma multidão lotava a unidade do Espinheiro, onde a vacina custa R$ 110. Muitos reclamavam ter ido pela manhã e receberem informação de que as fichas seriam distribuídas a partir das 14h, mas nesse horário não havia mais fichas, pois elas foram entregues por volta do meio-dia. Muitos alegavam que iriam viajar.

A servidora pública Isabele Nóbrega vai para fora do País. "Eu me sinto uma palhaça enfrentando essa fila sem prioridade. Idosos em pé, mães com crianças de colo. Mas quero ir imunizada. E minha maior preocupação é deixar minha família protegida e viajar tranquila", disse. O militar Carlos Ferraz, 41, aguardava no Espinheiro e a mulher, em Olinda. “Já basta zika, dengue, chicungunha. Queremos nos prevenir”, declarou. 

Conforme o diretor da clínica, a fila é respeitada. “Nem mesmo meu pai eu vacinei para não furar a fila. Mas a demanda está muito acima do normal”, alegou. “Infelizmente, há clínicas só interessadas em vender  que estimulam esse pânico desnecessário”.

Na clínica Cidrim Vacinas, o lote de quatro mil vacinas previsto para esta quinta já foi todo vendido antecipadamente ao preço de R$ 120 individual ou R$ 90 em grupo. Mesma situação da clínica Angelina Maia – que tem preços entre R$ 80 e R$ 110.

A campanha nacional de vacinação na rede pública acontece entre 30 de abril e 20 de maio, nos postos municipais. É destinada a pessoas mais vulneráveis, como grávidas, idosos, crianças de 6 meses a menos de 5 anos e profissionais de saúde. Até o dia  26, foram notificados 104 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com oito confirmações de influenza A no Estado. Há cinco mortes em investigação, podendo ter sido provocadas por vários vírus, entre eles o H1N1.

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