Revitalização

Casarão da Várzea recebe uma intervenção de moradores da comunidade

Mutirão foi organizado pelo grupo Salve o Casarão da Várzea, que promoveu limpeza do terreno e ações culturais

Bianca Bion
Cadastrado por
Bianca Bion
Publicado em 09/04/2016 às 17:28
Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Mutirão foi organizado pelo grupo Salve o Casarão da Várzea, que promoveu limpeza do terreno e ações culturais - FOTO: Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Leitura:

O Casarão da Várzea, na Zona Oeste do Recife, ganhou um sopro de vida com a intervenção de moradores da localidade, comerciantes e integrantes de movimentos sociais neste sábado (9). Tudo graças a um mutirão, organizado pelo grupo Salve o Casarão da Várzea, que promoveu limpeza do terreno e ações culturais, como roda de capoeira e coco, ao longo do dia, além de plantação de horta comunitária. O objetivo é ocupar culturalmente o espaço e chamar a atenção da gestão municipal para a necessidade de revitalizar o prédio e agilizar a construção do mercado público, prometida há anos.

O imóvel é o único representante do estilo chalé romântico no Estado e abrigou nas décadas de 1950 e 1960 o Hospital Magitot, o primeiro hospital odontológico da América do Sul. Os moradores do bairro possuem uma relação afetiva com o monumento, classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP), em 2015. “A comunidade sente que o casarão está abandonado. O coletivo Salve o Casarão da Várzea se reúne para cobrar da prefeitura a revitalização”, explica uma das integrantes do movimento, Priscila Tamar, que mora na Várzea há três anos.

Até o meio-dia, mais de 70 pessoas passaram pelo local e ajudaram a fazer a limpeza do pátio externo, segundo representantes de movimentos sociais. Munidos de enxadas e sacos de lixo, tentaram trazer dignidade ao local. No espaço, ainda foi plantada uma horta com pimenta, brócolis e manjericão. A professora Aline Cavalcanti, 29 anos, levou a filha Yara de 10 meses para a mobilização. “Vim dar meu apoio. Moro na Várzea há cinco anos e acompanhei o envolvimento da comunidade com a causa. É importante ter um ponto de cultura e lazer”, afirma. 

Os comerciantes que ficam na calçada ao redor do casarão também vibraram com a intervenção. No ano passado, a Prefeitura do Recife concluiu processo licitatório no valor de R$ 1,3 milhão para a construção de um mercado público com 55 boxes no pátio externo do antigo Hospital Magitot. Porém, até agora, não viram nem sinal de obras. Para o vendedor de peixes Paulo Lima, 44 anos, a ocupação traz esperança. “É ótimo, eu apoio porque antes estava abandonado. Dá esperança de que a gestão vá se posicionar sobre a revitalização e o mercado”, comenta. Paulo afirma ainda que hoje ocorrerá reunião com representantes da prefeitura na Praça da Várzea, às 19h.

Segundo a Prefeitura do Recife, a revitalização está dividida em duas fases. A primeira é a construção do mercado, que já teve processo licitatório concluído, no valor de R$ 1,3 milhão. A segunda fase será o restauro do casarão. Não há prazo para o início das obras, já que aspectos técnicos seguem sendo discutidos pela Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural.

Últimas notícias