SISTEMA PRISIONAL

Rebelião em presídio de Caruaru termina com saldo de 6 mortos

Confirmação foi dada pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) na manhã deste domingo.

JC Online
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Publicado em 24/07/2016 às 10:29
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Confirmação foi dada pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) na manhã deste domingo. - FOTO: Foto: Divulgação
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A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) confirmou 6 mortos e 11 feridos na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste do Estado, após a rebelião desse sábado (23). A informação havia sido dada pelo presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, João Carvalho, em entrevista à página Caruaru no Face, na manhã deste domingo (24) e confirmada pelo Instituto Médico Legal (IML). Os corpos seguem sem identificação ou causa de morte.  

Em nota, a Seres informou que os feridos foram encaminhados ao Hospital Regional do Agreste e três deles já retornaram à unidade. Em razão do incêndio ter destruído dois pavilhões da unidade, as visitas que ocorreriam neste domingo, serão programadas para o decorrer da semana. 

Em entrevista na noite do sábado, o secretário Pedro Eurico afirmou que a situação estaria sob controle, mas não informou o número de vítimas ou mortos. "Se aconteceu algum óbito, vamos investigar. Não vamos abrir mão de punir quem praticou homicídio". Sobre a motivação, o secretário afirmou que um grupo não aceitou a transferência de um dos presos, que teria acontecido na semana passada. Pedro Eurico assegurou que "o comando do sistema penitenciário é do Estado, do governo. Não existe comando paralelo. Preso não manda na cadeia".  

A confusão começou por volta das 16h30 e só foi contida após 4 horas. Depois da meia noite, foram transferidos 11 detentos para outras unidades da região. Um vídeo divulgado na página Caruaru no Face mostra o momento em que os presos deixam a unidade. Participaram da ação o Grupo de Operações e Segurança (GOS/Seres), efetivos das polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Um inquérito será aberto para apurar as mortes registradas.

Os prejuízos, segundo João Carvalho, foram grandes. "Quase todos os pavilhões ficaram destruídos. Ficou somente a cozinha e o setor de disciplina", contou o presidente do sindicato. Sobre a figura do chaveiro, que teria sido uma das motivações da rebelião, Carvalho explicou que a falta de agentes penitenciários permite a existência da função. "Temos de 6 a 7 agentes para 1922 presos, quando deveríamos ter cerca de 80 por plantão".  

O Tenente Coronel Roberto Galindo, da Polícia Militar, afirmou que não existem fugitivos. "Segundo a direção do presídio, não houve nenhuma fuga. Mas eles estão fazendo uma recontagem por precaução". O militar garantiu ainda que uma ronda será feita dentro do presídio, apesar de a situação ter normalizado.  

Junto com os presos foram encontrados facões artesanais, pedaços de pau e pedras, usados na rebelião. Nenhuma arma de fogo estraria entre os materiais apreendidos pela polícia.  

 

 

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