Urbanismo

Moradores de Santo Amaro definem uso para terreno na Rua da Aurora

A mobilização está programada para este domingo (7) ao lado do Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora

Da Editoria Cidades
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Publicado em 05/08/2016 às 8:08
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
A mobilização está programada para este domingo (7) ao lado do Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Moradores e simpatizantes da Rua da Aurora, no trecho de Santo Amaro, bairro do Centro do Recife, estarão reunidos das 10h às 16h do próximo domingo (7), ao lado do Monumento Tortura Nunca Mais, para discutir o destino de um terreno desocupado no Cais da Aurora. Com aproximadamente 1,5 mil metros quadrados, a área é aquela onde funcionava um posto de combustíveis até maio de 2016.

Mais do que definir uma nova forma de ocupação para o local, a partir das sugestões apresentadas durante o evento, a ideia do grupo é executar a obra. E isso também vai ser debatido no encontro. “Aceitamos ajuda, mas não vamos esperar pelo Estado, a comunidade vai fazer a obra. Isso se chama gestão colaborativa”, afirma o arquiteto Ney Dantas.

A gestão colaborativa, diz ele, é uma tendência em todo o mundo. “É o habitante da cidade ajudando a fazer a cidade. Não vamos levar nada nocivo à Rua da Aurora, nem se trata de apropriação privada do espaço público. A área continuará um bem público e comum a todos. Apenas com outro ou outros usos”, declara Ney Dantas, que vive na Aurora há oito anos.

Seguindo a tendência do século 21 para os espaços públicos – colaborar e compartilhar – ele vai aplicar uma dinâmica com os participantes do evento Viver a Aurora: A Aurora que queremos, a partir das 15h, junto doTortura Nunca Mais. “Vamos definir de forma colaborativa o que as pessoas desejam para a área, não é só uma votação.”

Todos que passarem pelo local serão estimulados a escrever num pedaço de papel uma proposta de uso para o terreno antes ocupado pelo posto de combustíveis. Uma votação na hora vai eleger as cinco melhores sugestões. Tudo o que for escrito será levado em consideração, mas as cinco melhores serão trabalhadas em grupo.

De acordo com Ney Dantas, três questões conduzirão a dinâmica de planejamento de espaço na Rua da Aurora: Qual o uso que se deseja para o terreno? Por que não se fez ainda? O que fazer para realizar? “Essa é uma forma bastante testada e utilizada por cientistas para o trabalho colaborativo. Não há nenhum tipo de indução nas respostas”, diz o arquiteto.

PROGRAMAÇÃO

O Viver a Aurora: A Aurora que queremos é organizado pela Associação Amigos da Aurora. Terá feira orgânica, praça de alimentação (feijoada, fava, bobó de camarão, lanches vegetarianos e sucos), plantio simbólico de mudas (comestíveis e ornamentais), catação simbólica de lixo, pintura de camiseta com estampa do movimento (cada um leva a sua).

“Mostraremos, com exemplos, ações que podem acontecer na área. Não queremos mais um posto de gasolina ali”, declara a arquiteta e moradora da Aurora Séphora Silva. A associação pretende elaborar um documento, com o número de participantes do evento e as ideias apresentadas no domingo, para entregar à prefeitura.

Ela acrescenta que o foco da mobilização é o terreno liberado pelo posto, às margens do Rio Beberibe, mas a entidade atua em defesa do restante da rua em Santo Amaro. A prefeitura não informou se tem projetos para o terreno ou para os quiosques sem uso no cais.

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