Toda casa é um local potencial de perigos para crianças pequenas. Mas o banheiro, especialmente na hora do banho, requer cuidados ainda maiores. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o afogamento é a primeira causa de morte de pequenos entre um a 4 anos e a segunda entre 5 e 9 anos, atrás apenas dos acidentes de trânsito.
Uma criança é capaz de se envolver em acidentes sérios em frações de segundos, já que pode se afogar em alguns centímetros de água. Na Região Metropolitana do Recife, o episódio mais recente foi o do menino Pedro Henrique Santiago, de 9 meses, que morreu afogado enquanto tomava banho, em Vila Nova, município de Jaboatão dos Guararapes. O caso aconteceu na noite da última quinta-feira (8).
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O pai do menino, Ivan Santiago, 20 anos, conta que deixou o filho na banheira e saiu por alguns instantes. Ao retornar, encontrou o bebê desacordado. Ivan diz que o menino ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
“Eu sempre enchia a banheira e deixava ele tomando banho lá. Ele ficava sentado, por isso achei que podia sair e ir ao banheiro. Dessa vez, quando voltei, encontrei meu filho de bruços”, relata. O sepultamento ocorreu na tarde de ontem, no Cemitério de Ponte dos Carvalhos, no Cabo de Santo Agostinho, município vizinho.
O major Aldo Silva, do Corpo de Bombeiros, alerta que as crianças nunca devem ser deixadas sozinhas durante o banho, nem mesmo por instantes. Ele aconselha que os responsáveis as levem consigo caso precisem se ausentar e nunca deixem água em recipientes que não estejam sendo utilizados. Hábitos como fechar a tampa do vaso sanitário e ter tudo o que será necessário ao alcance do braço antes do banho também são medidas fundamentais. A recomendação é de que os responsáveis se mantenham a, no máximo, um braço de distância dos pequenos.
“Os pais precisam ter sempre o máximo de atenção porque esse tipo de afogamento pode ocorrer em qualquer superfície de água com quantidade suficiente para obstruir a respiração. Seja um balde, uma pia, uma bacia. Um simples descuido pode gerar uma fatalidade”, afirma. Ainda segundo ele, até mesmo conteúdos menores, que parecem não trazer riscos, podem ser perigosos. “Um bebê pequeno pode se inclinar em um balde ou no vaso, por exemplo, e se afogar ali”, alerta Aldo Silva, em analogia ao caso do menino Pedro Henrique. Na hipótese de emergências, os pais devem ligar para o Serviço de Emergência e seguir as instruções para socorro imediato.
No entanto, mesmo com todas essa precauções, reforça o major, o segredo é a eterna vigilância. “Por mais preparados que o local e os pais estejam, nunca é possível relaxar totalmente.”