Urbanismo

Moradores de Casa Amarela criam instituto para cuidar do bairro

Com a associação formalizada, a comunidade de Casa Amarela terá autonomia para assumir projetos, tendo a prefeitura como parceira

Da Editoria Cidades
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Publicado em 27/10/2016 às 8:08
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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O movimento Casa Amarela Saudável e Sustentável, criado há sete anos, ganhou status de instituto. Com isso, terá autonomia para ir em busca de recursos e viabilizar projetos para o bairro, na Zona Norte do Recife. “Somos, oficialmente, uma associação de moradores, mas não um grupo só de reivindicações, defendemos a participação comunitária na gestão”, afirma Vandson Holanda, coordenador do Instituto Casa Amarela Saudável e Sustentável (Icass).

Segundo ele, a principal mudança, agora que o grupo está formalizado, é a possibilidade de serem lançados projetos liderados pela comunidade. “Claro que precisaremos da aprovação do poder público, mas não vamos depender do governo para implementar as propostas”, declara. Vandson cita ações de educação ambiental, que já vêm sendo realizadas, como exemplo de iniciativas que não dependem da prefeitura.

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Moradores de Casa Amarela criam instituto para fazer do bairro um local saudável e sustentável - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Horta comunitária criada por moradores de Casa Amarela às margens do Canal Vasco da Gama-Peixinhos - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Inaugurada em julho de 2015, horta comunitária de Casa Amarela está à disposição dos moradores - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Horta comunitária criada por moradores de Casa Amarela às margens do Canal Vasco da Gama-Peixinhos - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Inaugurada em julho de 2015, horta comunitária de Casa Amarela está à disposição dos moradores - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Instituo Casa Amarela Saudável e Sustentável sugere novas ocupações para o Sítio Trindade - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Grupo defende mais segurança e museu para expor achados arqueológicos recuperados no Sítio Trindade - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Melhorar as condições do Mercado Público de Casa Amarela também faz parte dos planos do instituto - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Moradores de Casa Amarela reclamam de sujeira na feira livre do bairro e em ruas do entorno - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Moradores de Casa Amarela reclamam de sujeira na feira livre do bairro e em ruas do entorno - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Bairro de Casa Amarela é habitado por cerca de 30 mil pessoas, de acordo com o Censo 2010 do IBGE - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Localizado na Zona Norte do Recife, Casa Amarela fica a 6,5 quilômetros do Marco Zero do Recife - Foto: Guga Matos/JC Imagem

 

O projeto de compostagem para a feira livre, em fase de estudo, também faz o mesmo perfil, diz Vandson Holanda. “A prefeitura, nesse caso, entra como uma parceira, assim como também teremos outros parceiros”, explica. Moradores do bairro e de comunidades vizinhas interessados em participar da entidade poderão se associar ao Icass, em breve. As orientações estão disponíveis no Facebook do grupo.

Nos últimos sete anos o movimento conseguiu, com o município, criar ciclovias em vias do bairro, como a Estrada do Arraial, Estrada do Encanamento e Rua Paula Batista. “A ideia da prefeitura era fazer um binário entre a Estrada do Arraial e a Estrada do Encanamento sem espaço para bicicleta. Queríamos algo melhor, mas garantir a implantação da ciclovia foi um avanço”, avalia.

Em julho do ano passado, o grupo inaugurou uma horta comunitária às margens do Canal Vasco da Gama-Peixinhos. As plantas estão disponíveis para moradores da área e o instituto trabalha para aprimorar o local, com suporte técnico. “Pretendemos elaborar uma cartilha para orientar o plantio e as espécies adequadas.” Todas as ações do instituto, diz Vandson, terão apoio técnico.

Recentemente, a Fundação Casa, de São Paulo, aprovou o projeto da entidade para mobilização comunitária. E, após o segundo turno das eleições, o Icass entregará ao prefeito eleito do Recife o Plano de Bairro criado pela entidade, com diretrizes de mobilidade, proposta para ocupação de espaço público, sugestão para altura de novas construções no bairro e tipo de muro das edificações.

PROPOSTAS

Com relação às ações de mobilidade, ele disse que é essencial fazer recuperação das margens do Canal Vasco da Gama-Peixinhos, nas proximidades da horta comunitária. “Temos proposta para organizar aquela área, calçar a rua é o ponto principal da intervenção viária. Sugerimos à prefeitura pista para carro e para bicicleta. Porém, esse projeto depende do município”, declara Vandson.

O documento também propõe a participação comunitária efetiva nos espaços públicos, entre outras ideias para se chegar a um bairro seguro, saudável e sustentável. O Icass, diz ele, pretende dar uma nova vida ao Sítio Trindade, não só abrindo mais portões de acesso ao parque. “Sugerimos melhorar a segurança, colocar quiosques padronizados de lanches, transformar o casarão num museu e expor os achados arqueológicos resgatados no sítio.”

Morador de Casa Amarela, Alberto Pereira Leite, 53 anos, aprova a iniciativa do instituto, com destaque para a horta comunitária. “Falta achar uma solução para um terreno baldio, a poucos metros da horta, usado como estacionamento e ponto de prostituição”, declara Alberto. “Quando eu era menino esse terreno era uma pracinha, com campo de futebol onde a gente jogava bola”, recorda.

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