
O Atlas do Recife – Arqueológico e Cartográfico, organizado pelo arquiteto José Luiz Mota Menezes, terá sua primeira tiragem, apenas em meio digital, lançada em janeiro de 2018. Ele produziu 100 cópias do DVD para doar como brinde do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano à comunidade científica no aniversário de fundação do IAHGP. A solenidade será nesta segunda-feira (29), às 19h30, na sede do instituto.
“Com a crise brasileira, é difícil a publicação em papel, estou em busca de uma instituição que possa editar a pesquisa”, declara José Luiz. “Diante das solicitações que recebi, resolvi imprimir as cem cópias do DVD e doar a profissionais de arquitetura e história, não é um livro de literatura, mas uma publicação especializada”, justifica o arquiteto e sócio do Instituto Arqueológico. Fundado em 28 de janeiro de 1862, o IAHGP completa 156 anos.










Impresso, o Atlas do Recife terá cerca de 160 páginas para a cartografia e o mesmo tanto para a arqueologia urbana, com textos, mapas, gravuras, litografias e fotografias. O livro é uma atualização com ampliação do Atlas Histórico e Cartográfico do Recife, publicado por José Luiz Mota Menezes em 1988 pela Editora Massangana da Fundação Joaquim Nabuco, com apoio da Prefeitura do Recife. Os 500 exemplares da época encontram-se esgotados e o trabalho nunca foi reeditado.
“O Atlas Histórico e Cartográfico do Recife está nas principais universidades de Portugal e da Espanha”, comenta. A publicação em meio eletrônico foi sugerida pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-PE). “Aproveitei a ideia e acrescentei mais informações, porque eu havia dado continuidade às pesquisas”, informa José Luiz. Os desenhos analógicos foram substituídos pela versão digital, diminuindo a margem de erro na localização de quadras, ruas e edificações.
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Ilustrado com 40 mapas, o Atlas do Recife conta a evolução urbana da cidade desde a fundação, em 1537, até 2000, abrangendo o Bairro do Recife, Santo Antônio, São José e Boa Vista até a Soledade. José Luiz mostra como e por onde a capital pernambucana cresceu, aponta os aterros de áreas alagadas, resgata a edificação de igrejas, arcos, largos, pátios, ruas, cais e os efeitos na cidade. A construção do Cais do Apolo, no Bairro do Recife, por exemplo, possibilitou a abertura de novas ruas.
EVOLUÇÃO
De acordo com o arquiteto, o Atlas de Arqueologia completa o Atlas Histórico e Cartográfico com informações sobre edificações desaparecidas em reformas na cidade. O crescimento urbano do Recife, escreve José Luiz no livro, se deu em dois momentos. O primeiro envolve os quatro primeiros séculos da ocupação com a conquista de terras e a ampliação da cidade com novas ruas.
O outro momento começa após 1907, com a abertura de grandes avenidas e a destruição da cidade antiga, como registra o Atlas do Recife. A primeira mutilação, diz ele, acontece na reforma do Porto, no Bairro do Recife, quando são criadas as Avenidas Rio Branco e Marquês de Olinda. Depois, chega a Santo Antônio, com a abertura da Avenida Guararapes; e a São José, com a implantação da Avenida Dantas Barreto.
O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano funciona na Rua do Hospício, 130, bairro da Boa Vista, no Centro do Recife.