Urbanismo

Praça comunitária às margens do Rio Capibaribe tem apoio da prefeitura

A Secretaria de Inovação Urbana do Recife resolveu apoiar a RioTeca, localizada às margens do Rio Capibaribe na Torre

Da Editoria Cidades
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Publicado em 29/06/2019 às 8:08
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
A Secretaria de Inovação Urbana do Recife resolveu apoiar a RioTeca, localizada às margens do Rio Capibaribe na Torre - FOTO: Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Uma área de lazer de iniciativa popular construída às margens do Rio Capibaribe na Torre, bairro da Zona Oeste do Recife, será incorporada às políticas públicas do município. A RioTeca, nome da pracinha comunitária, fica na Vila Santa Luzia e foi criada há mais de dez anos pelo marceneiro Claudemir Amaro da Silva num trecho do Capibaribe que era ocupado por moradias em palafitas.

No mês passado, o marceneiro recebeu notificação da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife, por construção irregular, com prazo de 30 dias para apresentar a defesa. Nessa sexta-feira (28/06), a prefeitura informou que acatou a justificativa sem punições contra o espaço de uso coletivo. E a Secretaria Executiva de Inovação Urbana da cidade decidiu apoiar o projeto.

“Fui à RioTeca e conheci Claudemir, o trabalho que ele faz às margens do rio é lindo e tem o mesmo potencial de outras áreas com ações semelhantes no Capibaribe, como o Jardim Secreto do Poço da Panela”, afirma o secretário de Inovação Urbana, Tullio Ponzi. Segundo ele, serão realizados vários encontros com moradores da Vila Santa Luzia para definir formas de colaboração.

A primeira conversa está programada para as 19h da próxima terça-feira (02/07), na RioTeca, com a participação de grupos que apoiam o projeto da pracinha, como o Coletivo Massapê, formado por arquitetos e estudantes de arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco. “Vamos escutar as pessoas e construir uma participação conjunta, queremos fortalecer essa iniciativa”, declara.

A RioTeca, diz o secretário, funciona como mais uma janela para aproximar os recifenses do Rio Capibaribe, que corta a cidade do bairro da Várzea até o Centro. A proposta da prefeitura é fazer as reuniões no mês de julho, encerrar as rodas de conversa com oficinas técnicas e a partir do segundo semestre começar a executar ações práticas compatíveis com o lugar e que também possam incluir o desenvolvimento local.

Melhoria

Tullio Ponzi acrescenta que uma das funções da Secretaria de Inovação Urbana é valorizar pessoas que já fazem a diferença na comunidade, como Claudemir Amaro. Morador da Vila Santa Luzia, o marceneiro resolveu construir a pracinha na beira do Rio Capibaribe logo depois de a prefeitura retirar as palafitas da comunidade e transferir os ocupantes para um conjunto residencial.

 Claudemir Amaro da Silva (Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem)

“Era uma maneira de evitar o retorno das palafitas”, declara Claudemir Amaro. “Comecei com uma biblioteca para a garotada e hoje mantenho dez brinquedos na área, as crianças brincam aqui sem receio”, observa o marceneiro, que cuida sozinho do espaço de lazer. “Deus queira que essa ajuda chegue mesmo para a comunidade, nós precisamos”, diz.

Satisfeito com a decisão das duas secretarias municipais (Meio Ambiente e Inovação Urbana), ele adianta que a RioTeca poderia melhorar com o acréscimo de sanitário, balanço para o público adulto e carrinho de apoio para acondicionar o lixo. O espaço é utilizado pela comunidade para festas e confraternizações às margens do Rio Capibaribe, gratuitamente. A contrapartida é devolver o lugar limpo e varrido.

“Um trabalho como esse serve de inspiração para outras pessoas”, ressalta Tullio Ponzi. “O cidadão é o protagonista, como acontece no programa Mais Vida nos Morros, que coordenamos”, afirma o secretário.

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