Três pessoas foram presas, uma adolescente apreendida e outras três continuam foragidas, suspeitas de roubar e assassinar motoristas de aplicativos, no mês de maio, no Recife e Região Metropolitana. A Polícia Civil de Pernambuco divulgou, na manhã desta quarta-feira (10), detalhes sobre como os criminosos agiam. Segundo a polícia, o líder do grupo, Marcondis, conhecido como Cego, afirmou que incorpora entidades e que uma delas decidia que iria morrer.
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O grupo é composto por sete integrantes que se revezavam nas ações. Eles solicitavam a corrida e, no grupo que embarcava, sempre havia uma mulher, para disfarçar a intenção de crime.
Foram presos Marcondis Sebastião da Silva, Paolo Erick de Souza Volgare, Erick Cícero Cabral da Silva e uma menor de idade. Marcondis, líder do grupo, já cumpria pena no regime semiaberto, na penitenciária agrícola de Itamaracá. Depois de uma de suas saídas, em maio, ele não retornou, quebrou a tornozeleira, reuniu o grupo e começou a praticar esses roubos.
Conforme apontam as investigações, o grupo é responsável pelo assassinato de um motorista e por balear outro, além de diversos roubos. As vítimas eram alvos escolhidos, provavelmente, por conta da facilidade de serem atraídos por meio da solicitação de uma corrida pelo celular. “A história que os integrantes do grupo narram é que o líder do grupo, o Marcondis, afirma que incorpora entidades, uma delas chamada de Madrinha, e ele alega que essa entidade é quem decide quem é que vive e quem morre. Inclusive, eles balearam e alvejaram esses motoristas sem que eles estivessem esboçado reação alguma”, contou a delegada Patrícia Domingos, titular da 5ª DPH de Paulista.
O motorista assassinado, foi executado ajoelhado e o que foi baleado, correu quando recebeu a ordem para que se ajoelhasse para morrer. “Essas pessoas foram assassinadas por perversidade mesmo”, afirmou Domingos.
Durante as investigações, a polícia civil encontrou um óculos de grau no carro do motorista que foi assassinado. A perícia identificou uma impressão digital compatível a de Marcondis na lente do objeto. Além disso, o motorista baleado, era o dono do óculos encontrado e reconheceu o objeto e um dos participantes. Para a polícia, é a prova que liga os crimes. A perícia balística identificou que a revólver calibre 38 apreendidos com os criminosos era realmente a arma utilizada para assassinar o motorista Ismael.
Outros casos de roubo a motoristas de aplicativo
A delegada da 5ª DPH de Paulista pede que motoristas de aplicativos e taxistas que tenham sido vítimas de grupos criminosos, especialmente em corridas partindo de Pau Amarelo, procurem a 5ª Delegacia no DHPP e a delegada Patrícia Domingos porque possivelmente foram vítimas do mesmo grupo criminoso.
Vakinha
A Polícia Civil também está engajada em uma ação social para ajudar a família do motorista assassinado. “O motorista Ismael sustentava a sua família com a renda que ele ganhava como motorista. Ele tem esposa, duas crianças pequenas, inclusive um bebê e uma ação social está sendo feita para arrecadar donativos para ajudar a família desse motorista. A viúva está passando por sérias necessidades de alimentos para os seus filhos, uma vez que o seu esposo foi brutalmente assassinado”, disse. O irmão do motorista morto criou uma Vakinha para arrecadar dinheiro para a família.
Nota da Amape
"A Associação dos Motoristas de Aplicativos de Pernambuco (Amape) parabeniza o trabalho da Polícia Civil de Pernambuco, pela prisão da quadrilha que assassinava motoristas de aplicativos no Recife e Região Metropolitana.
A AMAPE também, reitera a importância de investigações constantes e do trabalho de inteligência das polícias, para que outros crimes contra a vida possam ser evitados.
A AMAPE também se solidariza com as famílias das vítimas dessa quadrilha que graças a atuação da delegada Patrícia Domingos e sua equipe, estão presos."