A Polícia Civil instaurou nesta quinta-feira (26) inquérito para apurar as causas do deslizamento de barreira de resultou na morte de sete pessoas na última terça-feira (24) no Córrego do Morcego, bairro de Dois Unidos, Zona Norte do Recife. De acordo com a delegada Lídia Barci, que investiga o caso, as perícias preliminares apontam o rompimento de um cano. Resta saber o que causou o problema e se ele tem relação com o deslizamento. Os responsáveis, segundo ela, podem responder por homicídio culposo.
Leia Também
- Dia de Natal é marcado com enterros de vítimas de deslizamento de barreira no Recife
- Sob forte comoção, primeira vítima do deslizamento de barreira em Dois Unidos é enterrada, no Recife
- Polícia irá investigar deslizamento de barreira em Dois Unidos, no Recife
- Laudos indicando causa do deslizamento de barreira em Dois Unidos, no Recife, devem ficar prontos em 15 dias
- Após deslizamento de barreira no Recife, Defesa Civil recomenda que cinco famílias deixem suas casas
- Deslizamento de barreira deixa mortos e feridos no Recife, na véspera do Natal
Enquanto aguarda os laudos, que devem ser liberados pelo Instituto de Criminalística (IC) em até 30 dias, a delegada deve ouvir moradores, vizinhos e outras vítimas da tragédia nos próximos dias. Segundo ela, trata-se de uma investigação demorada. “Certamente haverá dilação de prazo para conclusão do inquérito, que é de 30 dias. Isso porque se trata de uma investigação que se baseia em laudos técnicos”, explica Barci.
São os laudos que devem fornecer as informações mais importantes. “Pelo que se vê nas imagens, parece que um cano soltou peças. Precisamos saber o que houve. Se ele estava mal posicionado, se foi a força da água que causou o rompimento, se havia necessidade de manutenção e ela não foi feita, se a lona que foi colocada atrapalhou a manutenção. Isso a gente ainda não entende”, detalha a delegada. Os responsáveis, explica ela, podem responder pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, por negligência.
REUNIÃO
Também nesta quinta-feira a Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos comandou uma reunião junto a diversos órgãos, como a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), o Corpo de Bombeiros, a Casa Militar, além de representantes das Universidades de Pernambuco (UPE), Federal de Pernambuco (UFPE) e de uma empresa de engenharia especializada contratada para tratar do plano de ação.
Secretária de Infraestrutura e recursos Hídricos de pernambuco, Fernandha Batista afirmou que é cedo para determinar a causa do deslizamento, mas reconheceu o rompimento da tubulação. “Não é um momento em que temos resultados conclusivos. Foi uma etapa importante essa reunião multidisciplinar, em que foram levantadas questões sobre o andamento das ações”, defendeu.
De acordo com a secretária, em um primeiro momento foi dado apoio às vítimas e aos parentes. Agora devem ter início os trabalhos de topografia e aerofotogrametria (cobertura aerofotográfica para mapeamento). A expectativa é de que os laudos saiam em 15 dias.
RELEMBRE O CASO
Uma barreira deslizou, por volta das 2h30, na Rua Bela Vista, no Córrego do Morcego, em Dois Unidos, Zona Norte do Recife. No momento do deslizamento não chovia na região. Duas casas foram atingidas, uma completamente e outra parcialmente destruída.
Morreram no local Emanuel Henrique de França, de 25 anos; a esposa dele Éricka Virgínia Abad, 18; o filho do casal Erick Júnior, de dois meses; além de Lucimar Alves, 50; Daffiny Alves, 9; Cláudia Bezerra, 47; e Lia de Oliveira, 45.
