Cariri, a mais antiga troça carnavalesca de Olinda, sente nas plumas e paetês o peso da crise econômica que se instalou no País. “Vamos desfilar na raça”, diz o presidente da agremiação, Roberto Ferreira dos Santos. Mesmo com recursos minguados, Cariri está pronta para receber as chaves da cidade das mãos do Homem da Meia Noite, em cerimônia na madrugada do domingo, e abrir a festa.
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O velho montado no burro (símbolo da troça), o estandarte, uma orquestra e cerca de 110 passistas de frevo estarão na frente da sede de Cariri Olindense, no bairro de Guadalupe, à espera do calunga gigante, que deve chegar entre 3h e 3h30. Como sempre, a saída será às 4h e o roteiro é o mesmo, passando pela Rua do Amparo, Quatro Cantos, Rua de São Bento e Varadouro, retornando ao ponto de partida às 8h.
A troça, fundada em 1921, volta a se apresentar na Terça-Feira Gorda, a partir das 20h, saindo da Focca (Carmo) para encerrar a folia. “Fechar o Carnaval é só um modo de dizer, porque a festa continua”, diz Roberto Ferreira.
Além da ajuda municipal, a agremiação conseguiu dinheiro alugando a sede para festas, ano passado. E também está vendendo camisas estampadas com a figura do velho no lombo do burro, a R$ 70, na sede da agremiação. O prédio é vizinho da Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe (Rua Cândida Luiza, 60) e fica aberto à noite, das 19h às 23h.
“A situação é complicada. Tiramos dinheiro do bolso para pagar a orquestra”, declara. Cariri completa 95 anos em 15 de fevereiro próximo. O nome foi inspirado num mascate que viajava do Sertão do Cariri (CE) ao Recife, num burro, para vender ervas medicinais, pentes e bugigangas. Para saber mais sobre o grupo acesse a página da Troça Cariri no Facebook.