Nem mesmo o tempo fechado, desanimou quem passava pelo bairro do Recife para conferir as apresentações carnavalescas deste domingo (2). No Paço do Frevo, que está celebrando seis anos, o convidado era o Clube de Boneco Seu Malaquias, eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco, “É algo fervoroso colocar o Clube nas ruas, porque você está representando a cultura do seu Estado. Brinca e faz Carnaval quem gosta e nós estamos na quarta geração já preparando as próximas para continuar com essa festa”, afirmou o presidente do Clube de Boneco, Cláudio Brandão.
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A agremiação foi fundada no município de Carpina, mas não demorou muito para vir para o Recife. “Estamos completando 80 anos de criação com muita luta e muita alegria. Nós desfilamos com 150 componentes”, comentou Brandão. O arrastão foi acompanhado pelas passistas da Escola Municipal do Frevo. E a animação tomou conta, a cuidadora de idosos Josineide Souza, 50 anos, saiu do município de Gravatá, no Agreste, para morar na Capital e agora não pretende perder nenhum dia de Carnaval. “Em Gravatá tem Carnaval, mas é muito pouco. Igual ao Recife não tem como. Prefiro acompanhar as prévias aqui no Recife Antigo e gosto muito, acho tudo muito organizado”, afirmou Josineide.
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Sem hora para voltar para casa, a auxiliar técnica de eletrônica Vanessa Menezes também prestigiou as apresentações no Recife Antigo, com toda a sua família com direito a adereços e brilhos. “Espero o ano inteiro para poder brincar o Carnaval, e adoro as prévias do Recife. Sempre viemos fantasiados ou com algum adereço. Gosto muito do frevo de rua e ver a orquestra fervendo”, comentou.
Já no Cais do Sertão, o projeto Domingueira no Cais levou o Caboclinho Carijós do Recife e o Maracatu Estrela Brilhante do Recife, na entrada do museu.
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"A La Ursa quer dinheiro, quem não dá é Pirangueiro"
O Bloco Lírico O Bonde também esteve pelas ruas do Recife Antigo, neste domingo, para mais um acerto de marcha de 2020. A apresentação foi em frente ao Shopping Paço Alfândega. O Bloco desfilou com a icônica personagem do Carnaval: a La Ursa.
Segundo o fundador do bloco O Bonde, Cid Cavalcanti o personagem ficou conhecida na folia local entre as décadas de 1950 e 1960, junto à figura do caçador. E no Recife a presença do Urso do carnaval ou a La ursa foi registrado pela primeira vez numa crônica publicada em 1948. “Queremos resgatar o lúdico dos antigos carnavais de ruas de nossa cidade apresentando para as novas gerações esse personagem tão rico e irreverente da nossa folia”, enfatizou Cid Cavalcanti.
No desfile, a La Ursa faz aparição com veste tradicional com toques de contemporaneidade, carregando sua sacolinha e uma maquineta para receber em débito ou crédito. “Em nosso bloco só é pirangueiro quem realmente quiser. Sabemos que muita gente não anda mais com dinheiro e como nossa La ursa é moderna implementamos esse acessório a fantasia do personagem”, explica Cid Cavalcanti que entrou na brincadeira e saiu fantasiado do dono da La ursa.