É um caso histórico, que se arrasta há anos: a situação da passarela sobre a BR-101, em frente ao Hospital das Clínicas e à sede da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife. Apesar da obra de recuperação ter sido iniciada, até agora, o que se nota é apenas o fechamento das escadarias e o grande receio do público que utiliza o equipamento.
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Só de olhar já são visíveis os problemas: chapas metálicas enferrujadas, lixo e pichações. A estudante Janaína Barros, de 19 anos, sempre usa para atravessar, mas não se sente segura: "Há anos que é assim. A estrutura tá terrível, fica balançando. Coragem quem passa por aqui todo dia". A moça ainda se queixa dos assaltos nos acessos à passarela.
"A estrutura é terrível, fica balançando", queixa-se Janaína Barros, de 19 anos (Diogo Cavalcante/JC Trânsito) |
A escadaria, que hoje se encontra lacrada, já foi cenário de acidentes quando estava aberta ao público. Sueli do Nascimento, 29 anos, cuida de um terreno próximo à passarela e conhece várias histórias parecidas. "Teve uma mulher que foi descendo as escadarias e torceu o pé quando pisou num degrau enferrujado, que cedeu", relata. E mesmo isolada, a reportagem do JC Trânsito flagrou uma mulher se arriscando a utilizar a escadaria e entrando à força no local - se esgueirando entre as placas que vedam a entrada.
Há um elevador em cada extremidade da passarela, mas ele só funciona de segunda a sexta, das 6h até às 18h. Lucidalva Domícia de Lima, 40, chegou cinco minutos após o fechamento e foi barrada. Restou a ela se arriscar, como muitos, a atravessar a BR-101 no meio dos carros. "Morro de medo de ser atropelada, mas vou ter que atravessar aqui, não tenho outra opção". Cabe salientar que há uma orientação para os pedestres utilizarem uma faixa que há em frente à reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que fica um pouco distante da passarela.
Recuperação
Desde novembro de 2016, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) afirma que iniciou as obras de restauração e pretende finalizá-las ainda no primeiro semestre deste ano. Orçada em R$ 460 mil, a recuperação começou pelo isolamento das escadas e do ajuste dos fossos dos elevadores. De acordo com uma pessoa, que não quis se identificar, todos os dias aparecem funcionários para ajeitar, degrau por degrau, a escadaria. A passarela, em si, ponto de desconforto, só terá suas placas de metal trocadas após a conclusão da primeira etapa.
Quanto ao funcionamento dos elevadores, o Departamento Nacional Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão responsável por eles, respondeu que o horário foi disposto de forma a respeitar a jornada prevista para a profissão de ascensorista, mas estuda ampliar o funcionamento, levando em consideração pontos como segurança, fluxo de pessoas e orçamento.