O segundo dos seis reajustes na tarifa do metrô do Recife aprovados em abril pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) entrou em vigor nesse domingo e deixou usuários insatisfeitos. Até sábado (6), a passagem custava R$ 2,10. Agora, os passageiros que viajam de trem nas linhas Sul e Centro pagarão R$ 2,60. Outros aumentos serão realizados até que a passagem alcance o valor de R$ 4, em março de 2020.
“O serviço do metrô daqui deixa muito a desejar. Muito sujo, muito cheio sempre, além dos ambulantes. Sei que são pessoas que estão trabalhando, mas é muito ruim ter que viajar com aquele barulho e confusão nos trens. Acho essa decisão (do aumento das passagens) arbitrária demais”, afirmou Carlos da Silva, de 28 anos.
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Maioria das queixas se refere à qualidade do serviço prestado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Recife. Os usuários reclamam da superlotação, da sujeira, da falta de segurança e, agora, criticam também o valor do bilhete, que no dia 8 de setembro, quando haverá o próximo aumento, passará a custar R$ 3.
A gestora ambiental Nathalia Sá, 30, disse ser contra a alteração no valor da tarifa. Para ela, o aumento deveria custear investimento em melhorias no sistema. “Nos horários de pico muitas vezes não dá nem pra entrar no trem, quase sempre o ar-condicionado está quebrado. Se a passagem fosse aumentar para melhorar a qualidade do serviço, aí sim poderia ser, mas a gente sabe que não é isso”, cravou Nathalia.
Nas redes sociais, o assunto teve repercussão. Em uma publicação sobre o tema na página do JC no Fabebook, um usuário disse: “Serviço de péssima qualidade, estações sucateadas e cheias de ‘cocô de pombos’. Ambulantes gritando em seu ouvido e desrespeitando passageiros, alguns trens sem climatização, muitos pedintes (negligência do Estado). Para continuar desse jeito, esse aumento não se justifica”.
AUTORIZADOS
O reajuste nas tarifas atinge cerca de 400 mil pessoas que utilizam o sistema diariamente na Região Metropolitana. Em 3 de novembro, o bilhete passará a custar R$ 3,40. Em 2020, outros dois reajustes foram autorizados: o primeiro no dia 5 de janeiro (R$ 3,70) e o segundo em 7 de março (R$ 4).
O superintendente da CBTU, Leonardo Villar, argumenta que o sistema de trens do Recife vem acumulando melhorias nos últimos anos. “Em 2016 o metrô estava em uma situação tão precária que poderia ser paralisado. Todos os ares-condicionados estavam quebrados, 100% das escadas rolantes estavam paradas e os prestadores de serviços, há seis meses sem salários. Hoje podemos dizer que 80% das escadas funcionam, 90% dos elevadores estão em uso. O metrô é uma estrutura grande que passou muitos anos sem recursos, temos limitações financeiras, mas acumulamos vitórias”, ressaltou.
