A demolição dos galpões próximos ao Viaduto Capitão Temudo, no Cais José Estelita, na área central do Recife, vai ter que esperar mais um pouco. Na segunda (5), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou que recomendou a suspensão da derrubada dos prédios, localizados na área da Cabanga, para evitar um dano irreversível ao patrimônio público. O MPPE quer saber se os imóveis fazem parte do processo de tombamento envolvendo o patrimônio da Rede Ferroviária Federal (Refesa) que tramita na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A Secretaria Estadual de Cultura, no entanto, informou que os galpões que serão demolidos para a construção de um complexo formado por empresariais, flats e residenciais estão fora do tombamento porque não pertencem à Refesa. Eles eram propriedade do antigo Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).
Apesar da sinalização da Fundarpe de que não há impedimento para a derrubada dos galpões, o consórcio que arrematou os prédios, em 2008, garantiu que nada será feito até que todos os órgãos competentes tenham expedido documentação autorizando a demolição. "Estamos tranquilos porque, desde o início, já tínhamos a informação de que não havia restrição legal para a demolição da área em questão. Mas vamos aguardar o alvará de demolição e todas as autorizações necessárias. Só haverá intervenção no local após o aval de todos os órgãos", garantiu o diretor da Moura Dubeux, Eduardo Moura. A empresa é responsável pelo empreendimento imobiliário, junto com a Queiroz Galvão e a GL.
A diretora de Preservação da Secretaria Estadual de Cultura, Célia Campos, explicou que, do ponto de vista do patrimônio, a demolição dos galpões próximos ao Viaduto Capitão Temudo não traz nenhum tipo de prejuízo. "Apesar de estar na mesma área, eles não fazem parte do acervo da Refesa, portanto estão fora do pedido de tombamento", explicou. Ela disse que todos os documentos serão emitidos no sentido de garantir a segurança do processo. Vamos informar oficialmente ao Ministério Público a respeito da situação legal daquele conjunto de prédios", adiantou.
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