EXAME DE DNA

Filha de vítima vivia com trio de canibais

Teste confirmou parentesco da menina de 5 anos, encontrada na casa dos suspeitos em Garanhuns, com o pai e o irmão de Jéssica Camila, assassinada em 2008

Do JC Online
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Publicado em 17/05/2012 às 8:32
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem/Reprodução
Teste confirmou parentesco da menina de 5 anos, encontrada na casa dos suspeitos em Garanhuns, com o pai e o irmão de Jéssica Camila, assassinada em 2008 - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem/Reprodução
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O resultado de um exame de DNA, divulgado ontem, confirmou mais uma peça da sequência de crimes cometidos pelos esquartejadores Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva, presos mês passado em Garanhuns, Agreste. A menina de 5 anos que vivia com o trio é filha de Jéssica Camila da Silva, assassinada pelos acusados em 2008, em Olinda, na Região metropolitana do Recife.

Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o exame confirmou o parentesco da criança com o pai e o irmão de Jéssica. Os dois participaram de uma audiência na manhã de ontem, em Garanhuns.

A partir de agora, a Justiça vai acompanhar o processo de reinserção familiar da menina. Quando foi morta, Jéssica tinha ido trabalhar como doméstica na casa dos acusados. Ela vivia com a filha na rua e foi atraída pela promessa de emprego. “Quero criar a minha neta. Espero que ela venha logo para nossa casa”, disse Emanuel Araújo, avô da criança.

O assassinato da jovem foi descrito por Jorge em seu livro Revelações de um esquizofrênico. Jéssica foi esquartejada e seus restos mortais enterrados no quintal da casa. Partes do corpo da vítima foram ainda colocados nas frestas da parede do imóvel e as partes maiores descartadas em sacos de lixo.

A criança foi criada por Jorge, Bruna e Isabel como filha. No dia em que a polícia localizou o trio em Garanhuns, a menina apontou o local onde eles enterraram os corpos de duas mulheres moradoras da cidade, que estavam desaparecidas desde fevereiro.

Jorge e Isabel tentaram adotar uma criança legalmente. No ano passado, o processo foi recusado porque eles não apresentaram, no tempo exigido, os documentos necessários. A polícia acredita que o casal pretendia adotar uma criança legalmente para utilizar os documentos e “legalizar” o vínculo com a menina de 5 anos, filha de Jéssica. A criança adotada seria abandonada ou morta e seus documentos tornariam a menina, que já convivia com Jorge e Isabel, sua filha legítima.

O exame de DNA nos restos mortais encontrados na casa de Olinda, onde os esquartejadores moraram, ainda não ficou pronto. O exame está sendo feito para confirmar o óbito de Jéssica Camila. Com isso, subiria para três o número de vítimas confirmadas dos canibais.

Jorge, Isabel e Bruna foram descobertos porque utilizaram os cartões de crédito das mulheres que assassinaram em Garanhuns.

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