Atualizado às 13h18
Familiares e amigos da estudante paulista Bruna Gobbi, morta há 1 ano em um ataque de tubarão na praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, realizaram um protesto na manhã desta terça-feira (22), em frente ao edifício Castelinho, em Boa Viagem. O ato teve como objetivo lembrar a morte da jovem e pressionar a prefeitura para a implantação de medidas de proteção para os banhistas.
A adolescente de 18 anos foi atacada por um tubarão no dia 22 de julho de 2013, às 14h, enquanto nadava a cerca de 20 metros da faixa de areia da praia de Boa Viagem. Bruna chegou a ser internada no Hospital da Restauração (HR), no Derby, mas não resistiu aos ferimentos. O incidente foi o último registrado no Estado desde então, o ataque de tubarão de número 59 e a 24ª morte desde que esse tipo de ocorrência passou a ser contabilizado, em 1992.
No ato, 24 sacos foram enterrados na areia, simbolizando o número de mortes registradas por ataques de tubarão. Faixas e cartazes traziam informações e reivindicações acerca do tema, com o mote "Ataque de tubarão: o tempo passa e nenhuma solução".
Segundo o tio de Bruna, Davi Leonardo Alves, 36, cerca de 30 pessoas se reuniram na praia para o protesto. “Nossa intenção é pressionar a prefeitura para tomar medidas de proteção aos banhistas”, afirma. Ainda abalada, a família entrou com ação na justiça em busca de compensação, mas ainda não obteve resultado. "Hoje, o que é ter segurança ao entrar no mar?", questiona.
O coronel Neyff Souza, ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Mar (CBMar), criticou a falta de atualização dos equipamentos do corpo bombeiros no Estado. "foram reformados e construídos boa parte dos postos da praia de boa viagem, mas até o momento as equipes estão trabalhando com kits não apropriados para ataques de tubarão", denuncia. O coronel também comentou o projeto de boias repelentes criado por ele. Com uma abrangência de 1.500 m² e orçamento de R$ 3 milhões, o projeto ajuda na prevenção de ataques, mas, segundo Neyff, o governo não deu oportunidade de aplicação.
Vítima de ataque de tubarão em 1999, Charles Heitor Barbosa Pires, 36, perdeu os dois braços. Hoje, é presidente da Associação das Vítimas de Ataque de Tubarão (Anituba). "A vida das pessoas mudam após o ataque. Nós temos o futuro interrompido, e hoje a gente tenta tirar uma lição disso. Infelizmente o estado não presta nenhum suporte às vítimas", comentou.
O coronel Neyff Souza, ex-comandante do Corpo de Bombeiros, criticou a falta de atualização dos equipamentos do corpo bombeiros no Estado. "foram reformados e construídos boa parte dos postos da praia de boa viagem, mas até o momento as equipes estão trabalhando com kits não apropriados para ataques de tubarão", denuncia. O coronel também comentou o projeto de boias repelentes criado pelo próprio. Com uma abrangência de 1.500 m² e orçamento de R$ 3 milhões, o governo não deu oportunidade de aplicação ao projeto.
Vítima de ataque de tubarão em 1999, Charles Heitor Barbosa Pires, 36, perdeu os dois braços. Hoje, é presidente da Associação das Vítimas de Ataque de Tubarão (Anituba). "A vida das pessoas mudam após o ataque. Nós temos o futuro interrompido, e hoje a gente tenta tirar uma lição disso. Infelizmente o estado não presta nenhum suporte às vítimas", comentou.
O Instituto Propesca, que esteve presente na manifestação, defende a implantação de redes de aço em diversos pontos do litoral pernambucano. Orçada em R$ 6 milhões, a rede tem durabilidade de 15 anos e suporta pressão de até 100 toneladas por m². Segundo Bruno Pantoja, engenheiro de pesca e presidente do Propesca, o projeto seria dividido em duas etapas. A primeira corresponde a implantação de oito redes, divididas nas áreas do bairro do Pina, do Acaica, do Castelinho, em frente ao Corpo de Bombeiros, Igreja de Piedade, Igreja de Boa Viagem, e parte do parque Dona Lindu, com possibilidade de chegar até Maracaipe. A segunda etapa do projeto consiste em um estudo ambiental para reposição das fontes de alimento dos tubarões. De acordo com Bruno, o projeto foi avaliado há 8 meses e aguarda a licitação ser aprovada.
O Propesca também pede a criação da CPI do Tubarão, com investigações sobre a falta de suporte que o estado ofereceu durante os ataques, como a falta de transporte e de materiais especializados durante os ataques. A CPI também visa investigar o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). Nenhum político se posicionou a favor da CPI.