O início manhã desta sexta-feira foi de falta de ônibus para a população do Grande Recife. Apenas por volta das 8h20 os primeiros coletivos começaram a circular. De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transportes, 75% da frota de coletivos está nas ruas após o término da paralisação. Das 4h às 8h, o cenário era de corredores exclusivos para coletivos vazios e terminais integrados fechados. A população teve que recorrer a mototaxis, táxis e lotações para se locomover. Não foram registrados tumultos na manifestação desta sexta-feira.
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Após a paralisação desta sexta, o movimento será normal no final de semana. Pelo menos é o que garante o presidente do sindicato dos rodoviários, Benilson Custódio. "Como foi aclamado por maioria na assembleia, vamos fiscalizar para que seja cumprido o que foi acordado". Uma nova assembleia acontecerá no dia 06 de setembro, no Parque 13 maio, para decidir quais os novos rumos da categoria.
A decisão da paralisação desta sexta-feira foi tomada durante assembleias realizadas nesta quinta-feira com motoristas, cobradores e fiscais de ônibus da Região Metropolitana do Recife. Após votação em duas reuniões os rodoviários se mostraram unânimes em relação à paralisação.
Esta foi a terceira vez em oito dias que motoristas, cobradores e fiscais cruzaram os braços para protestar contra o aumento que tiveram no valor do tíquete-alimentação. Nas vezes anteriores eles também protestaram contra o aumento salarial, que foi dado em 10% pela justiça, depois caiu para 6% e, enfim, voltou aos 10%.
Na última sexta-feira (22), aqueles que dependem de ônibus para se deslocar tiveram um dia complicado. Revoltados com a suspensão do reajuste de 10% no aumento nos salários, os rodoviários resolveram fazer um protesto e não colocaram os coletivos nas ruas.
Na segunda-feira seguinte, os rodoviários realizaram outra paralisação das 4h às 8h. A categoria fez ainda uma passeata pela Conde da Boa Vista e se concentraram na Praça Oswaldo Cruz, onde realizaram um ato púbico, acompanhado por um carro de som.
Na terça-feira, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Barros Levenhagen reconsiderou a suspensão do reajuste de 10% para motoristas, fiscais e cobradores. Mas, os rodoviários continuaram insatisfeitos com a suspensão relativa ao vale-alimentação, diárias, auxílio-funeral e indenização por morte ou invalidez que fora mantido, restringindo o reajuste a 6%.
Os pisos com valores de R$ 1.765,50 para motoristas, R$ 1.141,69 para fiscais despachantes e R$ 812,13 para os cobradores estão mantidos até a votação pela Seção de Dissídios Coletivos do TST, que deve acontecer na próxima semana. Após isso os rodoviários fazem assembleia para decidir os rumos do movimento.