Sistema penitenciário

Barreto Campelo: 53 presos fugiram

Balanço final acaba de ser divulgado pela Secretaria de Ressocialização. Estimativa inicial era de 20 detentos

Do JC Online
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Publicado em 21/01/2016 às 22:03
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Balanço final acaba de ser divulgado pela Secretaria de Ressocialização. Estimativa inicial era de 20 detentos - FOTO: Bobby Fabisac/JC Imagem
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A gravidade foi maior do que se imaginava. A contagem final dos presos que fugiram da Penitenciária Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá, revelou um número assustador: 53 detentos escaparam da unidade na noite da última quarta-feira (19). O número foi informado pelo promotor da Vara de Execuções Penais, Marcellus Ugiette, e acaba de ser confirmado pela Secretaria de Ressocialização (Seres), por meio de nota enviada à imprensa. Inicialmente a Seres havia estimado em 20 o número de fugitivos. Os detentos fugiram fazendo um buraco no muro da unidade, após bandidos do lado de fora trocarem tiros com policiais que faziam a segurança da penitenciária.

O número surpreendeu o promotor. “Estou atônito. É uma situação muito pior do que poderíamos supor. Revela o quanto estamos vulneráveis. Mas o fato em si não é uma surpresa. É como se fosse uma morte anunciada. A fragilidade da estrutura da penitenciária é um convite à fuga”, afirmou o representante do Ministério Público. Ele informou que agentes da Barreto Campelo disseram que hoje à noite foram ouvidos tiros vindos da mata que circunda a penitenciária.

Amanhã (22) Marcellus Ugiette vai solicitar uma reunião para discutir ações emergenciais para a unidade com a participação de autoridades que atuam na área, como o juiz da 2ª Vara de Execuções Penais, Cícero Bitencourt; o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico; e representantes da Polícia Militar. “Temos que traçar uma estratégia com transparência, sem maquiagens e reconhecendo a gravidade da situação”, afirmou.

A facilidade com que os presos fugiram da Penitenciária Barreto Campelo expõe, mais uma vez, a fragilidade estrutural da unidade. A penitenciária paga o preço de anos sem receber investimentos. Diante do anúncio de construção do Presídio de Itaquitinga, em regime de parceria público-privada, a unidade ficou esquecida, com o argumento de que seria desativada. Até hoje o novo presídio continua apenas na promessa e a Barreto Campelo amarga uma superlotação de mais de 2 mil detentos.

Peritos do Instituto de Criminalística estiveram na Barreto Campelo. A hipótese mais provável é a de que não houve explosões. O muro foi aberto a marretadas. Entre os detentos que fugiram, pelo menos dois são considerados de alta periculosidade e lideravam facções dentro da unidade. Apesar dos bloqueios realizados na saída da ilha, nenhum preso havia sido recapturado até o início da noite. Na quarta-feira, após a fuga, seis pessoas foram detidas suspeitas de dar cobertura aos fugitivos. Elas estavam com munições e uma granada.

O secretário de Justiça, Pedro Eurico, informou que será construído um muro de concreto na penitenciária. Haverá dispensa de licitação para dar celeridade à obra. O muro atual, originalmente de tijolos e erguido na década de 70, passará a ter uma estrutura de dois metros de altura e 15 centímetros de espessura de concreto armado. O custo estimado é de R$ 2 milhões e as obras devem durar cerca de 180 dias.

Essa não é a primeira vez que detentos fogem pelo muro. Em novembro de 2015, cinco detentos fugiram após a explosão na muralha da Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá. 

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