Violência

Mãe de suspeito executado dentro de ambulância não pretende processar o Estado

Mulher só ficou sabendo da execução do filho, por meio da imprensa. Ela disse desconhecer que o rapaz tivesse envolvimento com assaltos

JC Online
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Publicado em 22/07/2016 às 7:34
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Mulher só ficou sabendo da execução do filho, por meio da imprensa. Ela disse desconhecer que o rapaz tivesse envolvimento com assaltos - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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Dione Maria Alípio não chegou a falar com o filho, Luan Alípio de Ramos, 19 anos, executado dentro de uma ambulância do Corpo de Bombeiros quando era levado para o Hospital Getúlio Vargas, na noite da última quarta-feira (20). Ela estava em casa, quando foi informada que o rapaz tinha sido baleado, após participar, segundo a polícia, de uma tentativa de assalto a uma pizzaria no bairro do Ipsep, na Zona Sul do Recife. Ela foi até a UPA da Imbiribeira, para onde o rapaz foi inicialmente levado, mas só viu o filho de longe, já dentro da ambulância. Só soube da execução, na manhã da quinta-feira, através da imprensa. Nesta entrevista, concedida ao Jornal do Commercio, ela diz que não pretende acionar o Estado na Justiça, embora o filho tenha sido morto quando estava sob a custódia das autoridades.


JORNAL DO COMMERCIO – Como a senhora soube que seu filho havia sido baleado na tentativa de assalto a uma pizzaria, na noite da última quarta-feira?

DIONE MARIA ALÍPIO – Eu estava em casa, quando chegaram para dizer que ele tinha levado um tiro. Soube que ele tinha sido levado para a UPA da Imbiribeira e fui direto para lá.

JC – A senhora conversou com ele?

DIONE – Não. Ele já estava dentro da ambulância e disseram que iam levá-lo para outro hospital. Eu só vi meu filho de longe, mas não cheguei a falar com ele. Não tive coragem.

JC – A senhora acompanhou a ambulância?

DIONE – Não, eu fui para casa. Só soube o que tinha acontecido de manhã, pela reportagem.

JC – Quem a senhora acha que matou seu filho?

DIONE – Eu não sei, mas foi tudo muito estranho. A ambulância nunca para em sinal vermelho, bota o alarme, passa de todo jeito. E disseram que parou e um carro encostou. Eu não sei dizer nada. Só que é muito estranho.

JC – A senhora sabia que ele estava envolvido em assaltos?

DIONE – Não. Ele era um bom filho. Morava comigo, nunca vi ele chegar com drogas em casa nem com coisa roubada trazida da rua. Também nunca soube de nada errado dele. O negócio dele era fazer farra com os amigos.

JC – A senhora pretende processar o Estado, uma vez que o seu filho estava numa ambulância do Corpo de Bombeiros?

DIONE – Eu não vou mais mexer nisso. Vou deixar para lá. Nada do que eu fizer vai trazer ele de volta.

 

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