A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira (10) detalhes da Operação Mar Aberto, que investiga empresas acusadas de crimes tributários, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O principal estabelecimento investigado foi a Belmar Comércio Náutico LTDA., cujo sócio administrador era José Pinteiro da Costa Neto, que responde por 77 execuções fiscais. Em conluio com familiares e "laranjas", o empresário usou empresas de fachada, sobretudo no setor náutico, para sonegar os tributos.
Das 11 averiguadas no total, apenas três possuíam empregados registrados, e muitas eram constituídas no mesmo endereço e faziam a exploração da mesma atividade. O grupo econômico movimentou R$ 358 milhões em cinco anos, e acumulou débito de R$ 65 milhões em tributos sonegados.
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As empresas escondiam seu verdadeiro quadro societário, visando, além da sonegação, também lavagem de dinheiro. Foram feitas simulação de doações e empréstimos entre os próprios familiares, além da ocorrência de evolução patrimonial incompatível com os rendimentos desses parentes.
"O emaranhado de contas de pessoas físicas e jurídicas utilizadas nas transações revelou o propósito dessa organização de dificultar o rastreamento dos recursos, bem como de ocultar o verdadeiro responsável pelas operações financeiras, indicando que o grupo se prestava essencialmente à atividade criminosa de lavagem de dinheiro", afirmou a Polícia Civil, em nota oficial.
Rômulo Roberico Tavares Ramos é apontado como o operador financeiro do grupo econômico. Os valores eram transferidos para a sua conta para, em seguida, realizar a distribuição entre os integrantes da organização.
Mandados
Entre os integrantes da organização criminosa que foram presos na operação estão a esposa e filhos de José Pinteiro Neto, um deles sendo o DJ Jopin, como é chamado, conhecido por tocar em algumas festas no Recife, além de uma cunhada e um sobrinho.
Diante dos fatos investigados, foram cumpridos nove mandados de prisões preventivas, 18 mandados de busca e apreensão, bloqueio das contas bancárias de todos os investigados, apreensão de 22 veículos, muitos de luxo, e uma embarcação, além do sequestro de 15 imóveis e do bloqueio de mais de R$ 10 milhões de reais em quotas de participação societárias.
Muitos dos bens não eram declarados.
A operação continuará a investigar o grupo econômico para verificar se há outros crimes cometidos.