O velório do cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, 35 anos, acontece durante toda a noite desta terça-feira (13). Apenas família e amigos do médico estão no Hospital Português, na Paissandu, área central do Recife. Na manhã desta quarta-feira (14), o corpo será levado para Campina Grande, onde acontece o enterro de Artur.
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O cirurgião foi morto a tiros na noite de segunda-feira (12), na BR-101, em Comporta, Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. Artur tinha acabado de sair de um plantão no Hospital de Câncer de Pernambuco, por volta das 19h30, e foi ao Hospital Português para avaliar uma paciente.
O médico desapareceu por volta das 21h. Por volta das 22h30, o corpo do médico foi encontrado com quatro marcas de balas, sem documentos. Na manhã desta terça, o carro foi encontrado queimado, ao lado do Centro de Treinamento do Náutico, na Guabiraba, Zona Norte do Recife.
Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estiveram no local do crime e iniciaram as investigações. A hipótese inicial aponta para latrocínio (assalto seguido de morte), mas outras possibilidades não estão descartadas. "Nada foi subtraído do carro. Quem colocou fogo no veículo queria, de fato, destruir possíveis vestígios", disse a perita Vanja Coelho, do Instituto de Criminalística.
O carro não tinha marca de balas, de acordo com a perita, reforçando a informação de que Artur foi morto na BR-101, fora do carro. Um tratorista encontrou o carro, por volta das 0h, ainda pegando fogo. Ao lado do carro a polícia encontrou uma embalagem com um forte cheiro de gasolina, que pode ter sido utilizada para incendiar o veículo. Esse produto foi levado ao IC para perícia.
Populares que passavam pela BR-101 encontraram o corpo e avisaram a polícia. Artur estava bem vestido, de sapatos, calça social e gravata. Peritos do IC encontraram quatro perfurações de pistola no corpo, sendo três nas costas e uma na cabeça.
"Estamos chocados com o ocorrido. Vou pedir à SDS que investigue o caso e solucione de forma mais clara e rápida possível", disse Silvio Rodrigues, presidente do Conselho de Medicina de Pernambuco (Cremepe). Silvio informou que Artur iria assumir, na próxima semana, a câmara técnica de cirurgia toráxica do Cremepe.
Artur era natural de Campina Grande, na Paraíba. Formou-se em medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Era casado com uma médica oncologista (colega de turma dele). Tinham um filho, de 1 ano.
Além do Hospital de Câncer e Hospital Português, Artur trabalhava no Imip e no Hospital das Clínicas. "Era uma pessoa sensacional. Bastante alegre, religioso e trabalhador. Tinha paixão pela medicina e por música. Pelo que conheço dele, jamais reagiria a um assalto", disse Júlio Lima, médico ortopedista e colega de turma de Artur.