Atualizada às 11h18
Depois de quase uma hora de atraso, começou na manhã desta quinta-feira (13), no Fórum de Olinda, o julgamento das três pessoas acusadas de canibalismo. Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva são acusados de matar Jéssica Camila da Silva Pereira, em 2008, em Rio Doce, Olinda, e outras duas pessoas em Garanhuns, Agreste Pernambucano, no ano de 2012. Os três confessaram ter esquartejado e comido parte do corpo da vítima, usando a carne como recheio de empadas. A prisão dos suspeitos foi em 2012.
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Antes de os acusados chegarem ao Fórum de Olinda, a movimentação já era intensa no local. A maioria das pessoas presentes no juri popular é formada por estudantes de direito e pela imprensa. O advogado João Augusto Caraciolo e a defensora pública Tereza Joacy chegaram a discutir quem seria o responsável pela defesa de Jorge Beltrão. O suspeito, ao final, escolheu pela defensora pública Tereza Joacy.
Jorge Beltrão chegou ao Fórum de Olinda aproximadamente às 9h. As outras duas suspeitas atrasaram e só chegaram no local após 40 minutos do horário previsto para início do julgamento. O advogado de Isabel informou à imprensa que, em defesa da ré, irá pedir coação moral irresistível. O defensor alega que Cristina participou dos crimes sob ameaça de morte, e que a ré é inocente.
A promotora do Ministério Público Eliane Gaia informou que tem argumentos suficiantes para derrubar a defesa e que a promotoria vai lutar pela pena máxima. "Nós temos provas suficientes para derrubar todas as alegações da defesa. Ninguém estava obrigado a fazer nada. Todo mundo era livre", afirmou.
O julgamento começou com o sorteio dos jurados. Foram escolhidas sete pessoas, sendo quatro mulheres e três homens. Após a leitura da denúncia, o psiquiatra Lamartine de Holanda foi o primeiro a depor. "Nao cabe este rotulo de esquizofrenia no caso de Jorge. Ele sabia o que fazia, ele planejava tudo e tinha consciência dos seus atos" explicou. Sobre Isabel, que chorou durante a apresentação da denúncia, Lamartine disse que ela é uma pessoa comum, ansiosa e imatura.
"Ela procurou dar desculpas, acredito que orientada, e colocava a culpa em outro", conta. Sobre Bruna, o psiquiatra destacou o egoísmo. "Ela é uma pessoa que se mostra imatura e atriz. Uma pessoa que se tem uma forte caracteristica de egoísmo."