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Complexo Prisional do Curado tem princípio de tumulto neste domingo

O Batalhão de Choque foi acionado, mas não entrou na unidade

Do JC Online
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Publicado em 01/02/2015 às 17:48
Foto: Emídia Felipe/JC
O Batalhão de Choque foi acionado, mas não entrou na unidade - FOTO: Foto: Emídia Felipe/JC
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Atualizada às 20h00

Depois de um dia tranquilo de visitas no Complexo Prisional do Curado, Zona Oeste do Recife, os detentos realizaram um princípio de tumulto na tarde deste domingo. Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, houve uma confusão entre presos dos pavilhões I e P do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb), no final do horário de visitas. O Batalhão de Choque foi acionado. A confusão ocorreu um dia após tumulto que resultou na morte de um detento e deixou outros quatro feridos. Os presos se rebeleram devido à lentidão na entrada das visitas. Hoje, houve reforço no número de agentes penitenciários. Nove detentos ficaram feridos.

De acordo com o presidente interino do Sindicato dos Agentes Penitenciários, João Carvalho, nove detentos foram feridos a faca nesta tarde. "Os presos fazem isso porque querem mais regalias. Temos informação de que estão querendo direito a pernoite. O Estado tem que manter a ordem, mas vai dando crédito e eles (os detentos) fazem o que querem", afirma.

Após a confusão, um grupo de aproximadamente 100 pessoas, a maioria mulheres, se reuniu em frente ao presídio para protestar por mais informações sobre a situação dentro das unidades. O Batalhão de Choque disparou balas de borracha para dispersar a multidão e deixar a passagem livre para os carros. Segundo elas, um detento foi morto, mas a informação não foi confirmada oficialmente.

A mulher de um dos detentos contou que o marido revidou uma ameaça e matou outro detento no fim da tarde. Com medo de ser assassinado, o preso se escondeu em um bueiro no presídio e disse que só sairia na presença de um advogado e da imprensa.

Confira o áudio:

Em nota, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que o tumulto foi controlado.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informa que foi controlado no fim da tarde deste domingo (01), um tumulto envolvendo detentos dos Pavilhões I e P, após a saída das visitas do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB), que integra o Complexo Prisional do Curado. Para garantir o controle da unidade, além dos agentes penitenciários e do Grupo de Operações de Segurança (GOS), da Seres,  foram acionados policiais militares do Batalhão de Choque, Batalhão de Guarda, bem como a Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE), a Companhia Independente de Policiamento com Cães e o 12º BPM.

Nove reeducandos ficaram feridos, sendo quatro atendidos com ferimentos leves na enfermaria da unidade prisional e um encaminhado em estado grave ao Hospital Otávio de Freitas, onde está sendo operado no momento. Os outros quatro feridos aguardam transferência para Unidades de Pronto Atendimento e hospitais do Recife. O próximo boletim com o estado de saúde dos feridos será encaminhado às 8h30 desta segunda-feira (2). 

CRISE - Uma rebelião foi deflagrada na véspera de Natal e foi descoberto um túnel que serviria para a fuga dos detentos. Já nos primeiros dias de janeiro, o então secretário de Ressocialização, Humberto Inojosa, renunciou após quatro meses e uma semana no cargo. Em seu lugar, assumiu o coronel da PM, Eden Vespaziano. Na ocasião da posse, o  secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, anunciou um pacote de medidas para melhorar a situação dos presídios de Pernambuco. A maior promessa foi acabar com a circulação de armas brancas e celulares nas unidades prisionais. No último dia 7, o Batalhão de Choque fez uma varredura nas três unidades do complexo e encontrou cerca de 40 armas e celulares.

O cenário de tensão vivenciado na semana passada com a rebelião que durou três dias no Complexo do Curado levou o governo do Estado a decretar estado de emergência no sistema penitenciário. O governador Paulo Câmara assinou, na quarta-feira, decreto com medidas que incluem a intervenção no Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, que está com obras paradas e deve desafogar as penitenciárias do Grande Recife. O estado de emergência tem prazo de 180 dias, período em que atuará a Força Tarefa.

O decreto cria uma força-tarefa que envolve nove secretarias: Justiça e Direitos Humanos, Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Gestão, Desenvolvimento Social, Controladoria Geral, Administração, Gabinete de Projetos Estratégicos e Procuradoria Geral do Estado.

O sistema prisional do Estado é  proporcionalmente o mais superlotado do Brasil, com déficit de agentes penitenciários e policiais militares para a segurança e monitoramento. Existem hoje cerca de 31 mil detentos onde caberiam 10 mil.

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